sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Doa a quem doer II - União já!

As eleições 2012 se aproximam... Já temos colocados diversos candidatos “de oposição” dispostos a disputar o pleito. Até que ponto isso é bom e salutar para os destinos da oposição? Quem é que sabe? A estratégia de um segundo turno é uma faca de dois gumes é dar uma segunda chance ao inimigo para que possa nos surpreender e o nosso inimigo não é qualquer um...

Tião Bocalom deveria, em tese, ser o candidato de consenso à PMRB pelas oposições. Em 2010, bateu o todo poderoso Tião Viana na capital, onde fez mais votos que Viana, para o governo, mesmo este tendo a máquina em suas mãos e, usado e abusado dela.

Em política as coisas nem sempre são como se pensa e principalmente como a gente gostaria que fosse. Prova disso é o grande número de candidatos que se apresenta “pela oposição” para disputar o pleito. Tião Bocalom, Fernando Melo, Luiz Calixto, Airton Rocha e quem sabe até mais alguém. Qual o motivo desses candidatos quererem levar a disputa para um segundo turno? Cada qual tem o seu motivo pessoal, que é como senha de banco, “não revelam pra ninguém”! É puro egoísmo. Não pensam na coletividade, não pensam no povo, só conseguem ver o poder!

Sorte das oposições no Acre é que não são muito veiculadas na mídia, pois, senão o eleitorado estaria confuso com as brigas, confusões internas e briguinhas de comadre por disputa de poder e posições para o pleito de 2012. Como sempre falo: “A oposição no Acre é tão democrática, que chega a se complicar por isso”. Mesmo na Democracia, tem que haver lideranças, só que elas não precisam viver às turras, fazendo beicinho o tempo todo.

Os eleitores de Rio Branco têm grande vontade de mudar, já demonstraram isso, a Frente Popular (PT) já entrou num círculo vicioso de poder e está começando a trocar os pés pelas mãos, governou durante oito anos para as elites da cidade, enquanto os menos favorecidos continuam quase na mesma situação em que se encontravam. Essa vontade de mudar implica em grande esperança de que mudando o prefeito, a vida das pessoas possa também mudar.

Não há a mínima dúvida de que Tião Bocalom é o favorito na vontade do povo. Por onde a gente passa, ele é comentado com grande simpatia e esperança de mudança. O povo quer Tião Bocalom governando a prefeitura, para vê-lo colocar em prática pelos rio-branquenses o que fez pelo povo de Acrelândia, onde administrou com grande eficiência durante anos. Deveria, portanto, ser o candidato de uma oposição unida, coesa e militante, que depois de tantos anos fora do poder, em teoria, deveria ter um só pensamento, “vencer a Frente Popular”. Mas, parece que não é isso que acontece. Há muitos interesses particulares e pessoais envolvidos! Não conseguimos vencer nossas próprias vaidades.

Fernando Melo vem de uma derrota para Federal pela Frente Popular, onde foi boicotado por seus pares (PT), está na oposição por conveniência política, é um bom candidato, mas, não para “este pleito”, agora a vez é de outro e ele não deveria pegar corda, pois, a decepção será flagorosa. Dizem que ele não aceitaria ser o vice, o que considero um desperdício, pois, estaria fazendo “mídia” para a próxima. Isso é falta de humildade, talvez não dele, mas, das lideranças que o apoiam.

O ex-deputado Luiz Calixto é um guerreiro, sempre combatendo e expondo as vísceras da Frente Popular, não conseguiu se reeleger para estadual, por que houve uma desconstrução de seu nome durante a campanha, por uma equipe da Frente Popular cujo objetivo era alijá-lo da política, vai concorrer, mas, está ciente das dificuldades que vai encontrar.

O Professor Airton Rocha é um idealista, tinha deixado a política por ter-se decepcionado e resolveu à convite de amigos voltar para disputar o que considero o pleito mais difícil de sua vida, por que as chances são ínfimas.

Tião Bocalom é sem dúvida alguma o favorito para se eleger Prefeito de Rio Branco neste ano, já venceu na capital disputando o governo nas eleições passadas. Seu nome é muito bem quisto junto ao eleitorado, fez administrações admiráveis em Acrelândia quando prefeito o que o cacifa para ser o concorrente em qualquer cabeça de chapa. A única coisa com a qual ele tem que ter cuidado é ter adversários políticos dentro de seu próprio partido (isso todo mundo sabe). Os adversários de outros partidos todo mundo conhece, estão postos e dispostos para disputar com ele a cadeira.

Então as coisas vão ficar mais ou menos assim: Tião Bocalom terá que disputar com a Frente Popular e com o “fogo amigo” de dentro da própria oposição. Isso é uma coisa que não consigo compreender, mas, deixa pra lá!

Se podemos liquidar a fatura num primeiro turno, por que temos que levar a disputa para segundo turno, imputando mais desgaste e gastos desnecessários. As possíveis “alianças” para um segundo turno, são ilusórias, perdedores dificilmente terão disposição para deixar suas poltronas em casa e ir aos palanques solidarizar-se com quem os derrotou, também não colocarão a mão na carteira pra ajudar com nada a quem fez desvanecer seus sonhos.

Talvez os supostos candidatos tenham medo de que não haja lugar para eles na administração tucana, isso quem sabe possa acontecer, Bocalom ganhando a eleição sozinho, terá a prerrogativa de governar sozinho ou com quem o apoiar. Tenho pra mim que quando assumir a Prefeitura, Tião Bocalom não deixará de chamar para administrar com ele, Fernando Melo, Luiz Calixto e Airton Rocha, cuja competência já está provada há muito tempo, cada qual na sua área, isso obviamente se houvesse uma aliança entre todos para conquistar a prefeitura.

O Deputado Federal Flaviano Melo (PMDB) e o Senador Sérgio Petecão (PSD) pensam de maneira diferente do povo, acham que quem deve ser o Prefeito de Rio Branco é o ex-petista Fernando Melo, recém engajado nas fileiras da oposição, o que não o cacifa como favorito, ele teve pouco mais de seis mil votos em Rio Branco e, até agora não disse “por que veio para a oposição”. Não revelou nada do que supostamente poderá saber dos tempos que militou na Frente Popular e que possa ser usado como argumento ou denúncia contra os governos petistas.

Não sei se mais alguém poderá pensar como eu, mas, se elegermos Fernando Melo para a PMRB, ele como prefeito eleito poderá fazer o que quiser, poderá, por exemplo, trazer para a prefeitura pessoas ligadas a ele durante anos e que militavam no Partido dos Trabalhadores, como é o staff do Petecão.
Há um velhinho com quem sempre converso sobre política, e ele me fez uma interessante pergunta: Vocês já viram que podem ganhar a prefeitura e entregar a administração municipal nas mãos de um ex-petista?

Alguém já pensou detidamente no que disse outro dia o “Lhé” (militante petista), “Fernando Melo é um cavalo de Tróia na oposição”? Não tenho nada contra Fernando Melo, nem contra Sérgio Petecão, muito pelo contrário os admiro, por terem deixado as benesses da Frente Popular para militar na oposição onde a vida é muito mais difícil. Acho porém, extravagante , que um militante atuante como era Fernando Melo na Frente Popular seja recebido na oposição já com status para disputar uma eleição majoritária. 

Considero no mínimo uma atitude temerária, desesperada e infantil por parte do experiente PMDB. Jogar o eleitorado da oposição num plebiscito, tendo que escolher entre Fernando Melo ou Tião Bocalom, poderá ser muito perigoso. Se isso fosse um “esquema” para levar a disputa para um segundo turno, pra reforçar a candidatura do Bocalom e enfraquecer a Frente Popular, tudo bem. Mas, pelo andar da carruagem, pela conversa dos militantes peemedebistas e peessedessistas, eles têm mesmo a pretensão de “ganhar” as eleições, não de apenas montar um esquema de campanha.

Dos pouco mais de seis mil votos que teve, na Frente Popular para Federal, Fernando Melo dificilmente trará algum deles estando na oposição, pois, seu eleitorado “é da Frente” e vai votar com ela. Será que Sérgio Petecão e Flaviano Melo acham que “seus” eleitores, que os elegeram para Federal e ao Senado, irão votar no Fernando só por que eles estão pedindo? Ledo engano! Transferência de votos é algo muito difícil. Quem vota, vota no candidato, não em quem ele depois de eleito indica. Jorge não conseguiu eleger o Edvaldo! Então por que estariam criando essa celeuma?

Estariam o PMDB e o PSD montando algum esquema para “ficar bem na foto” e requisitar posições importantes na administração municipal depois do segundo turno entre Bocalom e o candidato da Frente Popular? Fosse isso, liquidariam o assunto logo no primeiro turno e depois tirariam férias, já seguros de suas posições. Seria um esquema para poder negociar melhor apoio para o segundo turno? Terá o PMDB e o PSD medo que Bocalom não tenha pessoal para administrar bem a prefeitura, comprometendo assim as eleições de 2014? Será que Sérgio Petecão não pensa que precisará do apoio do Bocalom para 2014?

Alianças e combinações são comuns entre partidos durante as eleições, será que não é possível um acordo para o bem comum do povo acreano? Qualquer pessoa medianamente inteligente sabe que precisa haver união entre as oposições e que a administração da prefeitura e mesmo do estado tem que ser conjunta, entre os que lutaram para ganhar as eleições, ninguém ganha uma eleição sozinho.

Outro dia um membro da executiva do PMDB me disse que: “ter candidato próprio a PMRB é uma questão de sobrevivência” para o partido.  Este tipo de pensamento, individualista do PMDB, sinaliza que eles estariam pensando mais no pessoal do que no social.

A mente de um candidato não funciona como a do cidadão comum. Todo candidato “acha que pode ganhar”, que vai ter apoio deste ou daquele fulano, que todo mundo gosta dele e outras bobagens. Em todos os meus anos militando em política, já vi candidatos “sem nenhuma condição de vitória”, empolgados, gastando o que não têm, fazendo dívidas e mendigando ajudas aqui e ali, na esperança de ganhar uma eleição. Uma candidata nas eleições de 2008 chegou pra mim e disse que teria “no dia”, duas mil pessoas trabalhando para ela, teve duzentos e poucos votos... Se ela tivesse duas mil pessoas trabalhando pra ela, estaria eleita. Cabeça de candidato é um negócio complicado!

Nós da oposição, queremos ganhar ou perder as eleições 2012? Claro que queremos ganhar! O povo do Acre quer mudanças, já demonstrou isso nas últimas eleições, quando a Frente Popular ganhou “com as calças na mão” e “por puro acaso”. Então alguém tem que puxar o freio de mão das lideranças oposicionistas e restituir-lhes o juízo, coisa que considero bem difícil, pois, Flaviano Melo, Sérgio Petecão, Tião Bocalom, que são os cabeças da oposição atualmente, se consideram absolutos, acham que só as idéias deles é que são boas.

Bem, eu tenho novidades para essas lideranças.

Existem duas palavras que devem ser analisadas com carinho: Humildade e União. Se não houver humildade por parte das lideranças em discutir o problema, achar soluções, conversar com as bases, saber a opinião do povo e principalmente ouvir as pessoas que fazem política, procurando uma solução na qual a “união” seja o objetivo principal para o bem comum pensando na coletividade e não em resolver seus problemas particulares, estaremos disputando um pleito perdido e estaremos novamente entregues nas mãos de nossos adversários políticos.

Uma reunião entre jornalistas de oposição, blogueiros, formadores de opinião e pessoas interessadas em fazer alguma coisa pelo Acre, com as lideranças de oposição seria uma atitude acertada para quem sabe, se conseguir um denominador comum e trabalharmos juntos não para o bem individual de ninguém, mas, para o bem da comunidade. 

4 comentários:

  1. Caro Acreucho,
    Eu penso que o perigo está justamente em a oposição sair com uma única candidatura. O Bocalom já venceu o PT aqui em Rio Branco, mas a situação agora é outra. Quem está no comando é o Tião e não o Binho!
    A oposição com três candidatos: Bocalom, Fernando Melo e Luiz Calixto, fortalecem o debate e com certeza leva a disputa para um segundo turno. O que não é garantido, caso Bocalom saia só!
    O Bocalom ganhou aqui em Rio Branco, sem discurso, é o ponto fraco dele! Ele tem mania de só atacar o adversário! Os três somariam forças no debate. Um poderia colocar um ponto de vista não explorado por outro, e juntarem forças para enfrentar o poderio da máquina do governo.
    O Airton Rocha não irá manter sua candidatura, se o fizer, seu partido não elegerá nenhum vereador! Acho que sua candidatura é coisa de pessoas que saíram do partido, mas que ainda mandam lá dentro.
    O Caso é que a disputa agora em 2012, já é uma prévia para 2014. Por isso o PSDB tem que ter seu candidato e o PSD/PMDB o seu. Em 2014, o PSBD vai lançar seus candidatos ao governo do Estado e ao Senado. O PSD/PMDB também. O que não necessariamente obriga eles lançarem candidatos a PMRB. Eu acho que o fiel da balança será o apoio do PP nessa eleição agora. O Gladson Cameli precisa definir de que lado vai estar! Se ele estiver ao lado do PSDB, suas chances de ser Senador diminuem em razão de Marcio Bitar não ter chances de ganhar o governo (ele, o Marcio será o candidato do PSDB ao Governo). Em 2014 a disputa será entre Tião Viana e Sérgio Petecão! Se o Gladson vier para o lado do PSD/PMDB terá mais chances em 2014 de ser o próximo Senador. Esta é a razão de ter mais de um candidato a PMRB.
    Não podemos nos iludir, a coletividade vem sempre em segundo plano, quando se trata da disputa pelo poder!!!
    Esta é minha opinião,
    Abraços

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  2. Francisco só que a idéia deles não é essa, o pessoal do PMDB quer mesmo ver se consegue ganhar a prefeitura. Quero que Márcio Bittar saia para o Senado em 2014, pra ver ele ficar sem mandato novamente, ninguém tira esse Senado do Gladson. Se fosse um esquema pra se ganhar eleição para o Bocalom eu aceitaria, mas, não é, o esquema é pra tentar tirar o Bocalom da jogada. O nome disso é sujeira!

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  3. UNIÃO completa, sem reservas, deve ser realizada, sem sombra de dúvidas ou quaisquer egoísmos, em torno da candidatura de oposição que for para o segundo turno com o representante da Frente Popular. Aí sim, ficará demonstrada a força dos argumentos e a união de todos os opositores.

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  4. se o bocalom fosse do agrado de todos sem dúvida toda a oposição iria apoiá-lo, mas ele não une nem o partido dele , quem dirá os outros todos.

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