Lógica ou otimismo?

A oposição acreana está "do jeito que o PT quer". Os educados pré-candidatos oposicionistas do PSDB estão "em pé de guerra" pra disputar a Prefeitura de Rio Branco em 2012.

Tenho uma notícia aos contendores. Eles podem estar querendo fazer "o pior negócio de suas vidas"! Pelo jeito, Rio Branco "não tem muito o que administrar". Os cofres estão vazios. Se alguém da oposição ganhar as eleições o Governador Tião Viana fechará as torneiras e deixará o prefeito sem dinheiro, sem convênios, sem apoio nenhum, vai até pedir aos petistas que "não paguem seu IPTU, pra esvaziar de vez os cofres da combalida Prefeitura de Rio Branco. Dificilmente a oposição pode fazer a maioria dos vereadores e ficará "sem coro" para tomar suas decisões. Quem pegar a Prefeitura de Rio Branco, vai fazer um péssimo negócio. Mas, vá lá, será pelo menos alguma reação para que a oposição chegue ao poder depois de tantos anos apanhando da Frente Popular.

O grande problema da oposição é a sede, sim, a sede que estão depois de uma longa estiagem sem governar nada  no Acre. Engraçado nisso tudo é que são "novos sedentos", aquela velha guarda da oposição aposentou sua sede de poder, ou está na Frente Popular, e está fora da disputa. Ainda bem, pois, assim a Frente Popular não terá de quem falar mal durante a campanha, como fizeram até hoje.

Tião Bocalom ou Márcio Bittar?

Ambos estão fazendo como a Frente Popular, tentando polarizar a disputa como se seus nomes fossem os únicos, só que Rio Branco, não pode ter "dois prefeitos", principalmente do mesmo partido. Dizem que já até falaram em ir para outro partido pra poder disputar "de qualquer jeito". Democrático isso não?

Enquanto isso, a Frente Popular que até poucos dias estava em polvorosa por causa das eleições 2012, folga e toma um arzinho, pra oxigenar os pulmões e preparar seu ataque.

Márcio Bittar acha que Bocalom "não tem boa equipe para administrar Rio Branco" e poderá colocar em risco os planos da oposição.

Tião Bocalom acha que Márcio Bittar "quer tudo pra si" e que tem a prerrogativa de ser o candidato devido aos ótimos desempenhos que teve nas eleições passadas, onde deu belos sustos na Frente Popular.

Um racha dentro da oposição, neste momento, seria mortal para os planos de ambos, é isso que eles precisam entender. Vejam bem, "para os planos de ambos". É por isso que eles não se entendem, são planos pessoais e não planos sociais. Bocalom acha que sabe administrar muito bem, Márcio Bittar acha que sua popularidade e resultado nas últimas eleições garantem seu cacife para ser o prefeito. Ambos estão errados!

Tudo isso é uma "fogueira de vaidades". Partidários de ambos os lados cutucam seus lideres, de olho nos prêmios da vitória. Isso é normal em qualquer disputa política.

Bittar e Bocalom precisam sentar sozinhos, sem assessorias e caçadores de cargos, e combinar o que pode ser feito para ganhar a Prefeitura de Rio Branco, senão vão perder. Eles precisam ver o que seja melhor para a oposição e para o povo do Acre.

Analisando desempenhos

Bocalom para o governo teve mais votos em Rio Branco que Tião Viana (85.280 contra 82.326), já no total do estado, ficou com (170.202 contra 165.705), menos de 5 mil votos.

Bittar em Rio Branco teve 28.409 para deputado federal e no total do Estado, ficou com 52.183.

O último prefeito eleito em Rio Branco, Raimundo Angelim, teve 80.022, em 2008, nesta eleição Bocalom teve 35.177, Bittar não disputou.

Numa análise fria dos números, o desempenho eleitoral de Bocalom foi melhor do que o de Bittar em Rio Branco. Se todos os que votaram em Bocalom para governador, em Rio Branco, votarem nele novamente, Bocalom terá que fazer uma campanha pra conseguir pouco mais de 25 mil votos. Já Bittar precisará fazer um esforço muito maior, terá que fazer seus 28.409 votos chegarem à mais de 109 mil. Haja otimismo! Se ficarmos só na matemática, o candidato "deveria" ser Bocalom, pela lógica. Mas, eleição não se ganha com lógica ou otimismo, se ganha com astúcia, planejamento, dinheiro e jogo de cintura para conseguir aliados.