quarta-feira, 13 de maio de 2009

O meio da linha...

O Governador de Rondônia, Ivo Cassol, disse que o Acre será agora “é o meio da linha” não mais o “fim da linha”. Mesmo que tenha pegado mal a afirmação, ela é verdadeira, pois, com a abertura da Estrada do Pacífico o Acre será mesmo “meio de linha”, uma linha imaginária que “passa” pelo Acre e conduz aos países andinos.

O governador de Rondônia foi até delicado em dizer que o Acre vai lucrar com a passagem por aqui da produção de outros estados para chegar aos portos do Chile e Equador, no que não concordo com ele.

“Algumas pessoas” irão lucrar: donos de postos de combustível, restaurantes de beira de estrada, borracharias, oficinas, prostitutas, mas, o povo do Acre mesmo, não terá lucro algum. E, ainda seremos em no máximo cinco anos, donos de estradas esburacadas e em péssimas condições de conservação pela passagem de veículos pesados de outros estados em direção a outros países. Sem contar a facilitação para o transporte de drogas e o contrabando.

Esse negócio de Estrada do Pacífico, integração da América do Sul é apenas mais uma coisa mirabolante, inventada pelas mentes doentias do PT.

Para que isso fosse um investimento realmente bom para o Acre, nós precisaríamos ter por aqui, um parque industrial diversificado, que produzisse as coisas que os chineses, andinos e outros países pudessem comprar. Eletrônicos, confecções, calçados, materiais plásticos, minérios, indústrias de transformação da madeira in natura em peças com valor agregado, indústria mecânica, máquinas pesadas. Toda a madeira que se podia explorar por aqui, já foi explorada e vendida em toras, sem nenhum beneficiamento, sem agregar qualquer valor a nossa riqueza. Não se pode mais queimar, nem desmatar. Como vamos produzir? Os outros países podem comprar a nossa carne, mas eles não querem bois, querem carne e nossa indústria frigorífica é pequena, quase não dá conta de produzir o que vende.

Os governos do Acre nos últimos tempos defenderam o desenvolvimento sustentável, como uma forma mentirosa de “manter o homem no campo”, tudo não passa de um pretexto para “garantir” os empréstimos feitos junto a organismos internacionais. Se agora, de repente, o governo mudar a conversa e quiser “desenvolver o Acre”, vai ficar patente que esse modelo de “desenvolvimento” não valia nada.

De que nos adianta uma estrada que cruza o estado, que integra um caminho para portos importantes de outras nações se não temos coisas próprias para transportar por ela?

Tanto é verdade o que estou falando que o governo de Rondônia não perdeu tempo, já se movimentou no sentido de ir procurar negócios em outros países, aproveitando-se desde já da estrada construída pelo Acre, mas, Rondônia tem o que vender. Porque Binho Marques não se integrou à caravana de Ivo Cassol? Porque não tem nada a oferecer, a não ser farinha, banana e etc., produtos pouco importantes.

Muitos me chamarão de pessimista. Talvez eu o seja. Melhor ser pessimista e ter os pés no chão do que viver nas nuvens, acreditando em utopias ou deixando manipular minha mente com promessas vãs e que se cumpridas, só beneficiariam panelinhas e não a coletividade.

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