terça-feira, 21 de abril de 2009

Pouca vergonha no Congresso Nacional

Gostaria de saber a resposta para uma pergunta muito simples.

- Para que os deputados tem “cotas” de passagens aéreas?

A pergunta é pertinente e a resposta é imediata. Para que possam “visitar suas bases em seus estados”. Bem, quando os deputados vão para seus estados, o que eles menos fazem é “se reunir com as bases”. Eles vão para suas fazendas e chácaras de luxo, junto com outros políticos do mesmo grupo beber e comer churrasco e contar mentiras. Visitar as bases mesmo, só em época de eleição.

É uma pouca vergonha o que tem acontecido na Câmara dos Depurados e Senado Federal. Uma verdadeira farra de passagens aéreas, com os destinos mais absurdos para um político. O que vai fazer um político em Miami, Paris, Nova York e outros destinos internacionais? Trabalhar é que não é. Eles nada tem a fazer nestes lugares a não ser passear.

Que um político, ele próprio e só ele, tivesse as passagens pagas para retornar ao seu estado nos finais de semana a gente até poderia aceitar de boa vontade. Mas, porque eu e você cidadãos que pagamos nossos impostos temos que pagar passagens para a mulher, os filhos, agregados, assessores e afins? Se o deputado ou senador quer levar este monte de gente, que pague as passagens do seu próprio salário, que não é pequeno. Porque o povo brasileiro tem que pagar passagens aéreas para artistas se divertirem em lugares exóticos, quando eles, os artistas são as pessoas que melhor ganham neste país, depois dos políticos?

Porque não há uma fiscalização, para que passagens aéreas só possam ser extraídas em nome do próprio político e que somente “ele” possa embarcar no avião com tal passagem?

Aqui no Acre por exemplo, para se conseguir uma passagem de avião para fazer um tratamento fora de domicílio é uma novela. São colocados todos os empecilhos possíveis, só no último recurso é que são dadas.

Já vi pessoas com câncer, ficarem esperando enquanto “apaniguados” do governo tomavam o lugar dos doentes, no ônibus do TFD pra irem “fazer compras em Goiânia.

Enfim, pagar a passagem para que os parlamentares vão aos seus estados estaria dentro de um parâmetro até aceitável, agora, parentes, amigos, assessores e agregados é um desrespeito para com o povo.

Há ainda muitas outras coisas indecentes no Congresso Nacional. Diárias, verba indenizatória, auxílio aluguel, auxílio paletó e muitas outras coisas. Um congressista durante o mandato, não tem despesa com absolutamente nada, tudo é o povo que paga, até as farras como já ficou provado em outras ocasiões, com o aluguel de hotéis, mansões e chácaras.

O pior disso tudo é que isso é algo que não tem solução. Quem poderia mudar este estado de coisas, nunca o fará, jamais um político vai criar uma Lei que o prejudique ou à sua classe.

O Congresso Nacional e a Presidência da República são um poço sem fundo, que consome uma enorme parte da renda nacional e não dá o retorno que deveria, as ações governamentais e parlamentares são irrelevantes, sem eles o país caminharia da mesma maneira. E sobraria mais dinheiro para obras sociais.

A desgraça no Brasil começou no dia em que os políticos se elegeram “deuses”, sim, porque é o que eles pensam que são. Estão convictos que são pessoas muito acima das outras pessoas, uma casta especial, que deve ser respeitada e reverenciada à qual, nós, pobres mortais devemos nos curvar toda vez que passam. Como em crenças muito antigas de povos ignorantes, temos a fé de que devemos fazer-lhes todas as vontades.

Outro dia, fofoca ou não, o Senador Cristovam Buarque disse que: “deveríamos fazer um plebiscito pra ver se o povo queria fechar o congresso”. Olha Senador não faça este plebiscito, o resultado poderia ser surpreendente para os políticos. Certamente o povo votaria pelo fechamento e mandaria cada um desses sanguessugas pra casa.

“Tá na hora de fechar o Congresso” – afirmou o Senador Heráclito Fortes, que ocupa o cargo de 1º secretário do Senado. – “Estou me sentindo igual a um barqueiro de canoa de pobre: toda hora tenho de tapar um buraco” – completou o senador.

O Senador tem razão, os iates dos ricos, não tem furos para ser tapados. O furo dos poderosos está na sua decência e na sua consciência. É repugnante que um Senador da República se expresse com termos como “canoa de pobre”, demonstrando toda a aversão e discriminação que pessoas como ele tem pelo povo.

Que nenhum congressista tenha a ousadia de propor com seriedade um plebiscito para saber se o povo quer fechar o Congresso Nacional. Todos eles estariam desempregados. Acredito que até Lula apoiaria o fechamento, assim poderia governar com poder absoluto.

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