terça-feira, 21 de abril de 2009

Esse Acre X

Foi muita sorte

Segunda feira em conversa telefonica com o Deputado Federal Sérgio Petecão ele me dizia que: “é muita sorte que minha mãe esteja viva”. Que tipo de Segurança Pública é essa que temos por aqui? O cidadão tem que contar com a “sorte” para sobreviver, tem que contar com a pontaria ruim de um assaltante para não morrer ao invés de contar com o controle da criminalidade.

Índices de criminalidade

Aqui em Rio Branco a violência contra o patrimônio e contra o cidadão está desenfreada e as autoridades precisam “dar uma satisfação à sociedade”. Nossos índices de criminalidade estão acima de muitas cidades maiores que a nossa.

O perigo é a gente se acostumar

Os assaltos, arrombamentos, roubos, violação do público e do privado é algo que está assustando a todos nós. Os crimes de morte, como assassinatos e tentativas de assassinato tornaram-se coisas corriqueiras e estamos nos acostumando a “conviver” com eles.

Grupamento Águia da PM

Agora estão falando em retirar ou já retiraram das ruas o Grupamento Águia, quem fez isso só pode estar louco. Sem dúvidas esse esquadrão agilizava muito o atendimento a ocorrências e dava respostas rápidas quando acionado. Outro dia, quando da passagem do Grupamento Águia, numa ocorrência, em conversa com um conhecido, ainda comentei que o Governo do Estado deveria investir em mais equipamentos e homens para o Esquadrão Águia, agora vem esta notícia é desanimador.

Trânsito louco

Os acidentes de trânsito envolvendo pessoas alcoolizadas são um escândalo! Parece que aqui a Lei Seca não funciona. Outro dia, assisti a um acidente, o cara estava “quadrebado” foi enfiado dentro de uma viatura do SAMU e retirado do local, sem ser feito bafômetro e um PM ainda ficou com a chave do carro do “doutor”. Não esperaram nem o pessoal da CIATRAN nem da Perícia chegar. Os acidentes que envolvem motocicletas são um caso de polícia. Os motoqueiros andam feito desvairados, não tem amor à própria vida e o menor respeito pela vida dos outros, quase todos os dias morre gente em acidente de moto.

Ruas ruins

Ainda pra piorar a situação, algumas ruas da cidade apresentam buracos, valetas, depressões, bocas de bueiro abertas, remendos mal feitos, buracos tapados com terra. As calçadas estão em estado lamentável ou simplesmente não existem, muitas ruas nem dão condições de trafegabilidade.

Ciclistas e pedestres

Mais irresponsáveis que os motoqueiros, só os ciclistas, estes completamente sem juízo e sem respeito pelos pedestres e pelos outros veículos, as bicicletas não tem nenhuma sinalização, a maioria não tem freio e eles “costuram” no trânsito mais que as motocicletas. Os pedestres também tem sua parcela de culpa nos acidentes de trânsito, como não tem calçadas, andam pela beira das ruas, arriscando-se entre os carros, motos e bicicletas, atravessam fora da faixa e não respeitam o sinal para pedestres.

(In)Segurança Pública

Tudo isso é um conjunto de coisas que se chama “Segurança Pública” que é gerido pelo poder público, pelo Governo do Estado do Acre. Não há um planejamento de Segurança Pública, um mapeamento das áreas de maior risco de incidentes nem uma estratégia de policiamento ostensivo, se há, não é seguido. As ações policiais são feitas sem coordenação e aleatoriamente. O que encontramos nas operações são policiais mal humorados, que não gostariam de estar ali, trabalhando enquanto todo mundo está se divertindo. Muitas vezes a gente vê uma blitz onde estão dezenas de policiais, usa-se numa operação uma quantidade de policiais que daria para fazer duas ou três operações.

Policiamento ostensivo

O policiamento ostensivo, que poderia coibir um pouco a criminalidade funciona somente “à título precário”. A Polícia da Família, que ao contrário do que até eu pensava, funcionou, foi extinta. Quando alguém necessita de um atendimento policial ele demora não menos que 20 minutos, isso quando as patrulhas aparecem, viaturas são deslocadas de lugares distantes das ocorrências. Não tenho nenhum dado oficial, mas os policiais militares “à disposição”, “em serviço burocrático”, “trabalhando em órgãos públicos”, “fazendo segurança de autoridades”, desfalcam o policiamento da cidade. O número de policiais “fazendo bico pela cidade” é enorme.

Falta de interesse

O que falta aqui no Acre é o interesse das autoridades de atuar na área de Segurança Pública. A recém empossada Secretária de Segurança, até agora não disse ao que veio, a criminalidade aumentou muito nos últimos dias.

Tolerância Zero

Hoje, conversando com um importante empresário do Bairro Boa União, ele disse que: “o governo tem que, urgentemente, deflagrar uma “operação tolerância zero” contra a bandidagem”. O Governo do Estado tem que aplicar melhor os recursos, que não são poucos aqui no Acre. Se gasta muito dinheiro com obras faraônicas de embelezamento da cidade enquanto setores essenciais como segurança e educação, são deixados em segundo plano.

Quem tem culpa?

Os principais culpados deste estado de coisas são os políticos, o governo tem maioria na Assembléia Legislativa e faz o que quer, aprova o projeto que deseja, seja ele bom ou ruim, necessário ou não. Infelizmente, nossos deputados não são “fiscais das ações do governo”, são apenas meros instrumentos de uma “pseudo democracia”, instaurada neste estado por pessoas que alugam as siglas partidárias, formam conglomerados políticos e administram como querem o público, muitas vezes (quase sempre) confundido-o com o privado.

Não há emprego

A nossa Rio Branco poderia ser um verdadeiro paraíso, onde a gente pudesse viver com tranqüilidade, estamos distantes dos grandes centros urbanos do país, nossos problemas “deveriam” ser outros que não os mesmos das metrópoles. No Acre, não há empregos, não há interesse do governo e são muitas as dificuldades para a sua geração. Não há investimento público para a geração de empregos. Tudo aqui é pequeno, são pequenas empresas que contratam poucos funcionários ou onde trabalham somente o proprietário e seus parentes.

Mini

Os programas governamentais para geração de emprego e renda são mini geradores de renda. Como disse o ex governador Jorge Viana certa vez, “é bom que o homem do campo, fique no campo e nos seringais, lá envolvido com a florestania ele tem condições de ganhar um “dinheirinho pra comprar sua roupinha, sua comidinha, adquirir suas coisinhas”. Tudo que o governo atual do Acre já gerou foram mini negócios, familiares mesmo que geram pequenas, ínfimas rendas. Na realidade isso é um acinte para com os trabalhadores que enfrentam as piores condições nas colônias e seringais. O homem do campo tinha que ter, para ficar no campo, um bom negócio, com o qual ele pudesse “ganhar dinheiro”, comprar as coisas que necessita e dar educação aos filhos tendo uma aposentadoria digna, mas, tudo que é feito pelo “Governo da Floresta” é grande apenas para quem está no governo e para os empresários que os apóiam.

Esquema político pra ganhar eleição

Na realidade, esse modelo de, com migalhas manter o homem no campo e nas florestas, faz parte do plano de governo da FPA – quanto mais pobre e oprimido melhor para se conquistar o voto do eleitor, eleitor bom é aquele que “necessita”, pois, acredita em promessas – esse é o pensamento político deles e o seu sistema de trabalho. Exemplo disso são algumas cooperativas criadas para aglutinar famílias inteiras que trabalham com reciclagem, catação de papel e plástico, artesanato e outras coisas. Quando se pergunta a uma dessas pessoas quanto ela ganha por mês, a resposta é: um salário ou menos. Este é o esquema, manter o pobre mais pobre e beneficiar os empresários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário