terça-feira, 25 de junho de 2013

Deus e o mundo!


Cristiana Lobo

Dilma não quer mais ser acusada – pelo PT, vale dizer – que é fechada em seu gabinete e que não ouve ninguém. Nesta semana, depois dos protestos que levaram mais de 1 milhão de brasileiros às ruas na semana passada, ela mudou completamente sua agenda de despachos no Palácio do Planalto.
Em lugar dos “despachos internos” que predominavam na agenda, agora, ela vai conversar com comandantes dos Poderes e de movimentos sociais, desde os mais representativos aos de menor influência em suas áreas como centrais sindicais que não alcançaram o mínimo de adeptos e, por isso, não têm acesso aos recursos do imposto sindical.

Esta nova agenda começou com a audiência aos representantes do Movimento Passe Livre, de São Paulo, grupo que deu início às manifestações públicas contra o aumento das passagens de ônibus na Capital e que deflagraram o movimento que se espalhou por todo o país. Em seguida, a presidente recebeu, de uma só vez, todos os governadores e prefeitos de Capitais para propor a eles cinco pactos – pela responsabilidade fiscal; por uma reforma política ampla e profunda que seria feita por meio de plebiscito; pacto pela saúde; pacto pelo transporte público e pacto pela educação.

Nesta terça, além dos presidentes de Poder, como Renan Calheiros, do Senado e Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, Dilma já conversou com o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado e representantes de movimentos urbanos, como movimentos de sem-teto.

Encerrada essa fase, Dilma vai conversar com movimentos do campo, como representantes da Contag, do MST e outras associações e, também com as Centrais Sindicais. O diálogo com representantes dos trabalhadores vai se dar em audiência com representantes de pelo menos cinco centrais sindicais – CUT, CGT, CGTB, Com Lutas e Nova Central – algumas que ainda não atingiram o mínimo de adeptos que é de 7% dos trabalhadores brasileiros e, por isso, não têm acesso aos recursos do imposto sindical.

Esta quarta-feira também será dia de conversas com representantes da juventude – contingente que esteve nas ruas nos últimos dias mas, não necessariamente, ligados às entidades com as quais Dilma quer dialogar. Estarão no Planalto representantes da UNE, de entidades ligadas a movimentos negros e também movimento contra o extermínio de jovens negros.

A equipe de governo já está em contato com representantes de movimentos ligados à área de cultura e às mídias digitais – grupo que Lula, quando presidente, fez questão de receber no Palácio do Planalto – e também movimentos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pescadores artesanais.

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