terça-feira, 10 de abril de 2012

Quem sobreviver, verá!

Vejamos!
Em 2010, Binho Marques estava deixando o governo do Acre e Tião Viana iria deixar o Senado para substituí-lo. Eles estavam seguindo à risca o programa de se manterem no poder feito pela Frente Popular. Naquele momento, Tião Viana era o homem forte no Senado,

era vice-presidente e, fora o escândalo do “celular”(emprestado à filha para viagem internacional), não havia nada que o desabonasse para a disputa, era inclusive o mais indicado mesmo, pois, a Frente Popular não tinha outros nomes.

Ninguém na oposição se interessou por disputar com Tião Viana o governo do Acre. Flaviano Melo tinha forte candidatura para federal, Sérgio Petecão tinha saído batido de uma tentativa para a Prefeitura de Rio Branco e era 100% Popular para o Senado, Márcio Bittar estava escaldado tendo perdido três outras eleições e todos tinham seus planos já elaborados.

Dos políticos fortes da oposição, quem sobrou pra disputar a eleição para o governo foi Tião Bocalom, também derrotado de outras campanhas, mas, com muito gás e gosto de sangue na boca, enfrentou a fera. A campanha da Frente Popular era uma campanha com infraestrutura para uma campanha de presidência da República. Uma campanha milionária, onde o poder deveria ser mantido à qualquer custo. Jorge Viana disputaria o Senado, e tentaria carregar em suas costas o pesado Edvaldo Magalhães. Ouve denúncias de corrupção, compra de votos, excesso de gastos, uso da máquina administrativa do governo e da prefeitura e outras coisas... E quem estava lá, disputando pela oposição? O abnegado Tião Bocalom.

Não foi uma, nem duas vezes, vi ele chegar nos comícios sozinho, dirigindo o próprio carro, sem nenhuma pompa, sem nenhum séquito de bajuladores.  Uma campanha com poucos, mas, muito poucos recursos, baseada apenas no carisma pessoal dele. O resultado disso? Todo mundo sabe, ele perdeu a eleição por míseros quatro mil, oitocentos e poucos votos. Contra todo o poderio da Frente Popular, contra o tempo ruim que não deixou muita gente da zona rural votar, contra o “extravio” de algumas urnas no interior.

Neste ano de 2012 a coisa está muito mais fácil do que em outros anos... A Frente Popular não tem candidato competitivo, tem um “boi de piranha”, a Prefeitura de Rio Branco vai de mal à pior, está falida, e pra completar destituíram o Prefeito Raimundo Angelim e nomearam um preposto do governador que está administrando as obras (acho que é inconstitucional).  Nos oito anos de mandato de Angelim se gastou tempo e dinheiro com obras no Centro da Cidade e no Bairro do Bosque e a periferia, salvo algumas áreas, está do mesmo jeito que o Dr. Isnard Leite deixou em 2004. A Prefeitura de Rio Branco está “de bandeja” para a oposição. Por isso há tantos candidatos: Tião Bocalom, Luiz Calixto, Leôncio Castro, Fernando Melo, Jamyl Asfury, Airton Rocha, todos pela oposição e o solitário Marcus Alexandre (que não é o Grande) pela Frente Popular...

Teses de como ganhar as eleições existem muitas. “Eleição em dois turnos reforça a Democracia”; “Eleições em dois turnos nos dá mais segurança da vitória”; “Eleição em dois turnos dá mais chance ao povo de escolher melhor”. E por aí vai...

Faço uma pergunta, por que “perguntar não ofende”!

Estão todos os candidatos de oposição “irmanados” no mesmo propósito de fortalecer a Democracia ou cada um acha que pode ganhar a eleição? No segundo turno estarão todos de mãos dadas apoiando quem for o vencedor ou seus braços estarão cruzados fazendo beicinho por ter perdido?

Quem viver verá!

2 comentários:

  1. Caro Acreucho, não sou nenhum cientista político, mais posso dar uma opnião, aliás esse blog é ótimo em deixar registrado minhas opniões, aliás é o espeaço mais democrático da "imprensa" acreana.

    Acompanho a política acreana a algum tempo, tempos de Flaviano Melo, Nabor Júnio, Aluízio Bezerra entre outras pessoas hilárias do nosso folclore político.
    Na época dos votos em cédulas já vi muita gente dormir eleito e acordar fora da lista de suplentes, quando viam os votos do interior era terrível, acho que os botos e piranambus também votavam.
    Mais vamos aos fatos:
    1. concordo plenamente com você que o único que teve coragem de enfrentar o Tião Viana foi o Bocalom.
    2. Realmente o momento em que a oposição poderia ganhar a prefeitura SERIA esse. Seria porque? voltamos a eleição em que Flaviano disputou contra o Jorge Viana o Governo e perdeu, até aí tudo bem, mais a oposição naquela eleição tinha uma cadeira no senado certa, digo, certíssima, mais o ego de Márcio Bittar e de Sérgio Barros falaram mais alto, aí Geraldinho acabou abocanhando a vaga que era da oposição.
    3. Como diz por aí, cada eleição é uma eleição, não quero com isso dizer que o candidato da FPA é favorito, mais com essa fragmentação e com essa disputa de ego e o rifamento do Bocalom, ele passa sim, a ter sérias chances de ganhar, afinal, máquina municipal, estadual e talvez federal são fortes, e você sabe disso, se injetarem o $ que sempre injetaram a coisa fica ainda mais complicada.
    4. Então meu amigo, enquanto as pessoas da oposição colocarem seu ego acima de um projeto, um projeto de desenvolvimento, um plano de governo, uma coisa elaborada, sem simplesmente ficar criticando essa ou outra área do governo, sem mostrar propostas, e com essa coisa que mais parece um "balaio de gatos" não irão a lugar algum. A bola está na marca do pênalti mais ao invés de escolherem o Pelé para bater a oposição quer ir de Júnio Baiano de Dunga e tantos outros, existe a possibilidade de acertar? claro que existe, porém vão correr o risco totalmente desnecessário.

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