segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Os cemitérios e o meio-ambiente.

Amanhã é o "dia dos mortos", dia em que vamos aos cemitérios visitar nossos entes queridos que lá estão sepultados, chorar a morte deles, limpar seus túmulos, encontrar parentes e amigos. Quantas pessoas têm consciência do perigo que representa um cemitério para o meio-ambiente? Acho que poucas, muito poucas.

Quando as autoridades reservam algum lugar para que seja construído um cemitério, em geral não levam em conta o perigo que ele poderá, no futuro, representar para a população. Prova disso é que na quase totalidade das cidades, há cemitérios no meio de centros urbanos, rodeados de casas e estabelecimentos comerciais, sem contar os córregos e nascentes, bem como poços nas suas proximidades.

Os corpos em decomposição no cemitério, é ruim falar disso, mas, somos obrigados a falar, desprendem um líquido viscoso chamado "necrochorome".

Este líquido é composto de tudo de ruim para o ser humano que você possa imaginar. Bactérias e vírus, doenças as quais os cadáveres eram portadores, são disseminadas pela natureza, jogadas na terra e através das correntes de águas subterrâneas, contaminam o solo e a água.

Veja aqui a composição do necrochorume

As autoridades pouco ou nada se preocupam com esse problema, haja vista que os cemitérios são apenas caiados todos os anos e pronto, os cadáveres ficam ali, contaminando a terra e as águas.

É necessário que as autoridades se preocupem com este problema, que sejam feitos estudos para constatar o grau de contaminação que os locais de sepultamento poderão estar causando ao meio-ambiente, colocando em risco a saúde e até a vida da população.

Em Rio Branco, os cemitérios são um problema sério, para o qual as autoridades fazem vista grossa e ouvidos de mercador. O Cemitério São João Batista, fica no centro da cidade, é rodeado de residências e fica à beira de, nada mais, nada menos que o Parque da Maternidade, que desagua no Rio Acre; o Cemitério Jardim da Saudade no Bairro Tancredo Neves, fica no meio de diversas comunidades, Bairro Tancredo Neves, Defesa Civil, onde crianças são vistas diariamente brincando entre os túmulos, com os pés descalços; o Cemitério Morada da Paz, no Calafate, fica às margens do Igarapé Fundo, que depois de ziguezaguear por metade da cidade, desagua no Rio Acre; o Cemitério do Bairro São Francisco, fica no meio do bairro, rodeado de residências; o Cemitério Cruz Milagrosa, na Transacreana, não tem comunidades em volta, mas, fica no cume de uma elevação e em volta existem açudes onde o gado bebe água.

As pessoas queiram ou não, as autoridades se preocupem ou não, com a infiltração das águas de chuva, a decomposição de milhares de corpos de pessoas que estão enterradas nestes locais e pela localização geográfica destes, com toda a certeza qualquer córrego, rio, nascente, poço que esteja nas proximidades estará com suas águas contaminadas. Tudo isso forma uma cadeia no subsolo e vai acabar no Rio Acre, junto com o esgoto, o lixo e outros detritos.

Mas, quem se preocupa com isso? Os que deveriam, moram em mansões muito distante destes locais.

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