segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cemitérios...Meio ambiente urbano ameaçado...


Em tempos de grande destaque para a ecologia, sendo a preservação ambiental e a melhoria de vida do ser humano sobre a terra, a preocupação com a não contaminação do meio ambiente, o aquecimento global, poluição de mananciais, rios e nascentes, um tipo de contaminação do meio ambiente fica despercebido ou simplesmente é ignorado pelas autoridades sanitárias.

Em minhas leituras na Net, passando pelo site http://www.artigonal.com/ li interessante artigo da professora Degmar Augusta da Silva, advogada e editora chefe do Informativo Las hermanas, fundadora e membro do Las Hermanas (projeto social), com o título:

O verdadeiro fantasma que assombra os cemitérios...

Necro-chorume em um cemitério em São Paulo

Com a certeza, a única certeza que temos é a morte. Pois bem, todos nós iremos morrer e de uma forma ou de outra nossos corpos serão dispostos em consonância com credos e religião.

O assunto não é dos melhores para se tratar, uma vez que envolve sentimentos dolorosos... Somente quem já perdeu um ente querido sabe a intensidade da dor... Entretanto, o assunto aqui não se relaciona com os sentimentos que envolvem a morte e sim o modo de disposição dos cadáveres.

Vivemos atualmente uma “onda” de preocupação ambiental e quando falamos de resíduos nos lembramos de quase todas as suas formas, contudo pouco ou nunca se ouve falar a respeito dos cemitérios - A palavra cemitério foi usada pelos primeiros cristãos para designar os terrenos destinados à sepultura de seus mortos.

Há que se enfatizar que cemitério é o local onde a morte e causa mortis do individuo estão sepultadas. Portanto, se existe um local repleto de contaminação, ele se chama cemitério.

Trememos de medo ao deparamos com o lixo hospitalar, no entanto visitamos cemitérios, quase ou, sem preocupação alguma. Ora o que gera o lixo hospitalar, senão os serviços e toda parafernália para o pronto atendimento e socorro a vida humana?

O cemitério compara-se a um aterro sanitário para lixos domésticos, uma vez que as matérias enterradas são orgânicas, entretanto existe agravante: é um aterro sanitário com muito "lixo hospitalar" incluso, posto que, a maioria das matérias orgânicas enterradas carrega bactérias e vírus de todas as espécies quais foram, provavelmente, a causa mortis.

Devemos considerar, ainda, que metais pesados, advindo de próteses, materiais das urnas etc. contribuem para a ação poluidora e os ácidos orgânicos gerados na decomposição cadavérica irão reagir com esses metais. Acresça-se ainda, os resíduos nucleares advindos das aplicações recebidas pelo indivíduo em vida.

A localização e operação inadequadas de cemitérios em meios urbanos podem ocasionar a contaminação de mananciais hídricos por microrganismos que proliferam no processo de decomposição dos corpos. Caso o aqüífero freático seja contaminado na área interna do cemitério, tal contaminação poderá fluir às regiões próximas, aumentando, assim, o risco de saúde na população que utilizar desta água captada através de poços rasos.

Uma das maiores preocupações dos ambientalistas é sobre o necrochorume - liquido que é liberado pelo corpo em decomposição. Apenas para ilustrar: um corpo em decomposição pode liberar cerca de 30 litros de necrochorume-composto basicamente de água, sais minerais e substancias orgânicas biodegradáveis, como a putrescina - em um período de seis meses.

Infelizmente na maioria dos cemitérios brasileiros a disposição desses resíduos sólidos é inadequada, ficando em depósitos a céu aberto, o que nos leva a crer que alem dos populares lixões, temos outro problema a ser encarado.

Acreucho: Em Rio Branco, os cemitérios são um problema sério e para o qual, as autoridades fazem vista grossa e ouvidos de mercador. O Cemitério São João Batista, fica no centro da cidade, é rodeado de residências e fica à beira de nada mais, nada menos que o Parque da Maternidade; o Cemitério Jardim da Saudade, no Bairro Tancredo Neves, fica no meio de diversas comunidades, Bairro Tancredo Neves, Defesa Civil; o Cemitério Morada da Paz, no Calafate, fica às margens do Igarapé Fundo; o Cemitério do Bairro São Francisco, fica no meio do bairro, rodeado de residências; o Cemitério Cruz Milagrosa, na Transacreana, não tem comunidades em volta, mas, fica no cume de uma elevação e em volta existem açudes onde o gado bebe água.

As pessoas queiram ou não, as autoridades se preocupem ou não, com a infiltração das águas de chuva, a decomposição de milhares de corpos de pessoas que estão enterradas nestes locais e pela localização geográfica destes, com toda a certeza qualquer córrego, rio, nascente, poço que esteja nas proximidades estará com suas águas contaminadas. Tudo isso forma uma cadeia no subsolo e vai acabar no Rio Acre, junto com o esgoto, o lixo e outros detritos.

Mas, quem se preocupa com isso? Os que deveriam, moram em mansões muito distante destes locais.

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