quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Coligação com PMDB em 2010, teóricamente divide candidatos à presidência do PT


Gabriela Guerreiro, da Folha Online, em Brasília

A decisão do PT de se coligar com o PMDB em nível nacional em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto divide os candidatos que disputam a presidência do partido. Apesar de a candidatura da ministra ser praticamente um consenso entre os candidatos, alguns argumentam que o PT não deve se coligar com legendas que mantiveram ligações com governos anteriores, como o PMDB.

Cotado como favorito na disputa, o candidato José Eduardo Dutra, da corrente Construindo um Novo Brasil, disse nesta quinta-feira que a aliança com o PMDB é essencial para garantir a eleição de Dilma em 2010. "Eu considero a participação do PMDB fundamental nessa política de alianças. O tempo de TV vai ser muito importante na candidatura da ministra", disse Dutra.

O secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, da corrente Mensagem ao Partido, defendeu as políticas de alianças nacionais do partido, mas disse que a legenda não pode minimizar as coligações estaduais.

"Temos que jogar todas as fichas nas eleições de Dilma. Mas não podemos menosprezar as eleições nos Estados. Quanto maior a nossa força nos Estados, mais estabilidade para conseguir o nosso programa. Quanto mais enfraquecidos estivermos nos Estados, mais problemas teremos", afirmou.

Na linha de ruptura com o PMDB, os candidatos Serge Goulart (Esquerda Marxista) e Markus Sokol (O Trabalho) fizeram duras críticas à possibilidade de união do PT com os peemedebistas.

"Eu defendo a ruptura do governo Lula com partidos de direita. Não podemos apoiar o [José] Sarney [presidente do Senado] e sua quadrilha. O PT é um partido sem patrões. A Dilma é candidata do presidente Lula e de dirigentes do PT, mas é o partido que deve decidir isso", afirmou Goulart.

O candidato foi o único a criticar o lançamento de Dilma para a presidência da República. Na opinião de Goulart, o presidente Lula deveria disputar um terceiro mandato. "A Dilma foi uma candidata ungida pela imprensa, sem nenhuma discussão nacional. Temos candidatos excelentes dentro do partido. Se não houvesse esse rolo compressor, poderiam discutir. O próprio Lula é o melhor candidato do PT. Não é o Congresso corrupto, que o ex-presidente Fernando Henrique comprou para ter dois mandatos. Não é o Congresso que decide, é o povo. O governante é governante enquanto o povo reeleger", afirmou.

Para Sokol, Dilma é a "única candidata que derrota a direita privativa" do país. O candidato, porém, disse que o partido deve lançar nomes da legenda nos Estados, sem apoiar nomes de outros partidos --como o PT estuda fazer em Estados como o Ceará, na campanha à reeleição do governador Cid Gomes (PSB).

"Não sou a favor de fazer campanha para governador do Ceará se reeleger. Ele fez campanha contra o piso dos professores. Temos que colocar candidato nosso no Rio, São Paulo. Ganhamos duas vezes sem apoio de ninguém, porque não podemos ganhar a terceira?", questionou.

A candidata Iriny Lopes, da corrente Esquerda Socialista, disse que o partido precisa discutir o programa de governo de Dilma antes de lançar oficialmente o nome da petista na corrida ao Palácio do Planalto. "A ministra Dilma é candidata do PT, mobiliza todas as forças na disputa de 2010. Um dos pontos centrais é discutir um programa de governo para 2010", disse.

O deputado Geraldo Magela (PT-DF), da corrente Movimento: partido para todos, afirmou que a eleição de Dilma vai permitir ao partido ter um "terceiro mandato" no comando do país. "A conquista do terceiro mandato não é objetivo apenas do PT, mas é necessidade do povo brasileiro. Temos que eleger a ministra Dilma presidente do Brasil. Ter mais de um palanque em alguns Estados ajuda, não atrapalha. A política de alianças deve ajudar, não atrapalhar as alianças nos Estados", afirmou.

Disputa

Os seis candidatos participaram nesta sexta-feira de debate dentro do processo de escolha do novo presidente do PT. No total, o partido vai realizar 11 debates até o início de novembro. As eleições internas para escolha do presidente do PT ocorrem em dezembro.

Se não houver vitória no primeiro turno, o partido realiza um novo pleito. O escolhido substituirá Ricardo Berzoini, da corrente Construindo um Novo Brasil --majoritária no partido. Dutra, representante da corrente, tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Berzoini, que também apóia o ex-presidente da Petrobras, disse no debate que a democracia dentro do PT permitiu à legenda superar "seu momento mais difícil" em 2005, quando enfrentou as denúncias do mensalão.

"O partido tem sua forma regulamentar de agir. Tem democracia de base. Por isso em 2005, quando enfrentamos grave crise política, quem deu resposta que mudou conjuntura foi a militância do PT. O PT tem na sua militância a razão de existir e sua forma de praticar a democracia", afirmou Berzoini.

Acreucho: Pura conversa fiada essas afirmações de “democracia”; “quem decide é a militância”. Quem decide dentro do PT é Lula! Esses candidatos à presidência do partido estão apenas fazendo alvoroço, é Lula quem determina como funcionam as coisas, o candidato será o que Lula decidir, no caso Dilma, e as alianças serão as que ele indicar. Mas, a gente lendo assim esse texto e as declarações desses alienados, vê que eles acreditam nas coisas que dizem, tem a mente lavada e firmes propósitos de “continuar não governando o país, mas, dominando a política”, com qualquer esquema e com qualquer coligação, por mais espúria que ela seja.

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