terça-feira, 21 de outubro de 2008

Antes do 'Meio Ambiente', Minc preserva o 'conforto'


Blog do Josias de Souza


Nesta segunda-feira (20), o ministro Carlos Minc, carioca da gema, protagonizou uma cena tipicamente brasiliense.
Almoçou no Oliver, uma fina casa de repasto, assentada no interior do Clube de Golfe de Brasília.
Acomodou-se numa mesa que dá para uma imensa parede de vidro. A vista tem o gramado como piso e o céu da Capital como pé-direito.
O excesso de luz causou desconforto aos olhos do ministro. Tentou os óculos escuros. Mas, fotofóbico, terminou trocando de lugar com sua acompanhante.
Já de costas para o meio ambiente, com a cara virada para o interior do restaurante, Minc encomendou ao garçom uma refeição leve:
Salada verde e robalo. Para acompanhar, uma taça de vinho extraído da uva Tempranillo, originária da Espanha.
O nome vem do vocábulo espanhol temprano: cedo. Muito adequado para a Tempranillo, uva de maturação precoce. Produz vinhos de baixa acidez.
Exalam aromas vegetais e frutados. São encorpados e de boa pigmentação. Descem redondos. Proporcionam paladar denso e persistente.
Enquanto o Minc satisfazia as pulsões do estômago, aguardava-o do lado de fora o motorista do ministério. Estacionara o carro oficial sob a copa de uma árvore.
A despeito da sombra, manteve ligados – durante todo o tempo de espera— o motor e o ar-condicionado do veículo.
Para evitar que o ministro do Meio Ambiente fosse submetido aos calores da atmosfera abafadiça de Brasília, queimou-se o combustível da Viúva e poluiu-se, além do necessário, o ar seco da Capital.
Natural. Antes de preservar o ambiente, é preciso salvar o conforto do ministro, que ninguém é de ferro.

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