Panorama político em Rio Branco

Depois de quase três meses de campanha eleitoral, agora chegou a hora, é a última semana que os candidatos têm para contatar seus eleitores e tentar ganhar o seu voto.

Promessas de campanha, o povo já não agüenta mais. Durante muitos anos os políticos no Acre, mantinham seus eleitores em grande expectativa de melhorias e progressos. “Mas o rato, tanto vai ao moinho que um dia deixa o focinho”. O povo não acredita mais nas promessas dos políticos, sejam eles candidatos a qualquer cargo público. Foram tantos “eu prometo” e “não consegui cumprir” que o povo esta com a “burra” cheia e deixou de confiar nos políticos.

A maioria das pessoas acha que política é uma coisa boa, “quem não presta” são “os políticos”, “paga o justo pelo pecador”. É claro que há políticos bons, não se pode generalizar, mas, grande parte deles visa o seu próprio benefício, esquecendo-se depois das eleições daquelas pessoas que os colocaram lá. Políticos assim têm os dias contados. O povo quer mudanças e quer gente na política compromissada com a comunidade. Daqui pra frente o político que pensar que ainda pode enganar o eleitor, pode tirar o cavalinho da chuva.

Temos em Rio Branco, quatro candidatos à Prefeitura e mais de cem candidatos ao cargo de vereador. Alguns têm propostas, outros não têm nada a não ser a vontade de chegar lá pra melhorar a “sua” (dele) vida. Dezenas deles estão no pleito apenas para fazer legenda para os “grandes”, nesta hora, qualquer número de votos, conta. Claro que há os iludidos, que pensam que podem se eleger, muitos até chegam bem perto disso, então compreendem que foram usados.

Candidatos à Prefeito:

Raimundo Angelim: Atual prefeito de Rio Branco, candidato à reeleição pela Frente Popular  do Acre (ou das Comunidades), pessoa séria e honesta, professor, não é um político de carreira nem têm espírito político. Entrou na política pela militância e influência do Partido dos Trabalhadores no centro da “onda vermelha” do início dos anos 2000, foi eleito em 2004 quando disputou com Márcio Bittar e venceu por uma vantagem de mais ou menos 11%.

O atual prefeito é da classe média e governa para ela, desde o início de seu atual mandato. Seus interesses maiores são os benefícios para as elites de Rio Branco, navega bem por entre a nata do empresariado local que por conseqüência apóia seu governo. Angelim, um não político, colocado no poder pelo, hoje, ex-governador Jorge Viana, que governava o Acre na ocasião, em seu segundo mandato. Sua Prefeitura é uma espécie de Secretaria de Estado, tem total apoio governamental e segue planos traçados de cima para baixo, começando em Brasília. Igual ao Governo Federal, Angelim governa para as elites.

Suas obras são parcerias estaduais ou federais. Ninguém pode negar que a cidade está muito mais bonita no governo da Frente Popular, mas as obras beneficiaram somente à classe média e alta da sociedade acreana. Ruas, avenidas, praças, parques, tudo em local que os menos favorecidos sequer têm acesso. Existem programas de profissionalização para jovens, mas não existem vagas pra colocar os jovens qualificados. Angelim administra de acordo com a cartilha do Partido dos Trabalhadores. Suas obras durante esses quatro anos foram no sentido de beneficiar aqueles que o ajudaram a galgar a Prefeitura. Pede ao povo, agora, mais quatro anos para fazer alguma coisa por eles.

Sérgio Oliveira (Petecão): Ex-integrante da Frente Popular, na verdade um dos pilares de sustentação da “Frente” no Acre. Deputado Estadual por três mandatos consecutivos, por oito anos foi presidente da Assembléia Legislativa do Acre. Chegou à legislatura Federal, onde ficou por um ano e meio, tendo sido o Deputado Federal mais votado do Acre. 

De origem humilde, nascido no 2º Distrito, começou a trabalhar muito cedo para ajudar a família. Quando Deputado Estadual, nunca esqueceu sua origem e procurou sempre ajudar os menos favorecidos da sorte, administrou a Assembléia com probidade e eficiência. Sua alegação para ter saído da Frente Popular é de que seus antigos companheiros de política deturparam os objetivos para os quais a Frente fora criada, tomando outros rumos e desvirtuando totalmente os ideais da sua criação. O descontentamento gerou a separação e a Frente Popular do Acre que se compunha de um tripé partidário, PT, PCdoB e PMN, está agora desfalcada de um de seus principais apoiadores.

Petecão pretende administrar Rio Branco, usando a sistemática da “prioridade”. Priorizar os problemas mais graves e agilizar soluções possíveis resolvendo-os da melhor maneira possível, dinamizando os gastos públicos e sempre procurando em Brasília verbas que possam ser usadas nas obras de infra-estrutura de que necessita a cidade.

Sebastião Bocalom: É um administrador nato e político habilidoso, como todos, é claro, aspira vôos mais altos na política acreana. Dinâmico e ativo administrou a pequena cidade de Acrelândia no interior do Estado por três mandatos. Só quem conheceu Acrelândia em sua implantação pode avaliar o que Bocalom fez pelo lugar. Seu governo à frente da Prefeitura de Rio Branco, em sendo eleito, será certamente pautado na eficiência e na contingência e resolução dos problemas do município, dentro de um bom uso do disponível nos cofres públicos. Tem planos de melhoria da geração de emprego e renda, moradia popular e saneamento básico.

Egresso das hostes da Frente Popular, assim como Sérgio Petecão, Bocalom também desistiu da Frente por não concordar com a maneira de seus correligionários de fazer política.

Se eleito, Tião Bocalom é bem capaz de fazer as coisas que está dizendo sem seus programas eleitorais. Além do mais, Bocalom terá quase com certeza a seu favor em 2010, José Serra na Presidência do Brasil, pois, dificilmente Lula fará seu sucessor.

Antonio Rocha: (sem foto) Funcionário público de carreira, Antonio Rocha é um jovem bem intencionado e se colocado no lugar certo, poderia até fazer uma boa administração. Seu partido, porém, também é jovem, o partido foi criado pela Senadora Heloísa Helena quando “rachou” com o governo Lula, por ocasião do escândalo do mensalão.

Antonio Rocha tem ainda muito futuro político pela frente.

Este é o cenário político em Rio Branco uma semana antes do dia das eleições. O que temos nas eleições 2008 em Rio Branco é algo sui-generis. Os quatro candidatos “seriam” da Frente Popular, três deles dissidentes.

A grande pergunta a poucos dias das eleições é a seguinte:

“Por que, se a Frente Popular do Acre, segundo dizem seus administradores, é a melhor opção administrativa para os acreanos, três de seus integrantes desistiram desse programa ultra, mega, super, hiper eficiente de administração pública?

Com a palavra e o voto, o povo de Rio Branco.