domingo, 22 de junho de 2008

Brasileiro endividado, por causa do crédito fácil

A mais ou menos dois anos, quando começaram os negócios com o “crédito consignado” e a abertura escancarada para o financiamento de bens e automóveis, com crédito fácil para qualquer pessoa, alertei, em conversa com amigos, que dentro de no máximo 2 anos, o brasileiro comum, estaria sufocado com suas dívidas.


Não deu outra. Com o crédito fácil, todo mundo só quer tirar um empréstimo pra pagar isso ou aquilo, fazer viagens, construir um “puxadinho”, trocar de carro. Os aposentados e pensionistas, que têm crédito consignado fácil são vítimas de parentes “mal intencionados” que os convencem a fazer empréstimos em seu nome e depois, não pagam as prestações.

Em razão disso muitos trabalhadores e aposentados, estão com “a corda no pescoço”, enrolados com dívidas que estão dificultando suas vidas, pois, o empréstimo vem descontado no seu provento, não sobrando dinheiro para quase nada.

Este negócio de crédito consignado feito indiscriminadamente, para qualquer trabalhador, foi um crime, praticado pelo Governo, para beneficiar aos grandes investidores, contra a economia popular. Tem pessoas que ganham pouco e estão comprometidas com empréstimos em até 72 meses. Alguns velhinhos e aposentados morrerão e não terão pagado suas dívidas.

O Banco Central informou que cerca de 15,6 milhões de pessoas têm dívidas acima de R$ 5 mil reais.

O crédito fácil para compra de automóveis tem levado muita gente a fazer sacrifícios homéricos para poder comprar ou trocar de carro. Formou-se no Brasil uma idéia de que carro é o maior sinal externo de status, tem gente que deixa de comer pra pagar a prestação.

Incrível como aqui no sertão da Amazônia, passando, pelos bairros periféricos se vê casinhas bem humildes, de madeira, com uma cerca caindo aos pedaços, mas, lá está um carro, muitas vezes com dois, três ou cinco anos de uso e até zero, debaixo de quatro paus, cobertos por uma lona. No tanque, deve ter apenas uns 10 reais de combustível, pra alguma emergência, passear com ele, nem pensar, é só pra dar status.

Os dados do Banco Central mostram que a dívida das pessoas físicas com os bancos somava R$ 442,4 bilhões em fevereiro de 2008, dinheiro que movimenta a economia e faz com que o Governo ache que o brasileiro está “mais isto ou mais aquilo”.

O que está movimentando a economia, não é dinheiro que foi ganho pelo trabalhador, é dinheiro que ele pediu emprestado e agora tem dificuldades para pagar. O brasileiro segundo o Luiz (da Silva) está “comendo mais, vestindo melhor, comprando mais coisas”, com “dinheiro emprestado”, fazendo dívidas e pagando juros que depauperam o seu mirrado salário. Isso não é vantagem nenhuma. É apenas um engodo.

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