quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pela ordem!

Quero ser Juiz de Direito sem diploma
Fonte: www. agenciaamazonia.com





E não é justo que me exijam, em momento algum, qualquer diploma ao candidatar-me ao cargo...

GADELHA NETO (Jornalista)

A decisão do STF, que dispensa o diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, me abre um mundo novo: a possibilidade de ser Juiz de Direito e, quem sabe, até alçar voo rumo ao próprio Supremo Tribunal Federal.

Sim, porque a decisão deixou claro que a minha profissão não exige diploma porque não são necessários conhecimentos técnicos ou científicos para o seu exercício. Disse mais: que o direito à expressão fica garantido a todos com tal "martelada".

Tampouco a respeitabilíssima profissão de advogado e o não menos respeitável exercício do cargo de juiz pressupõem qualquer conhecimento técnico ou científico. Portanto me avoco o direito (e, mesmo, a obrigação), já que assim está decidido, de defender a sociedade brasileira diante dos tribunais e na própria condução de julgamentos.

Além de ser alfabetizado e, portanto, apto a ler, entender, decorar e interpretar nossos códigos e leis, tenho 52 anos (o que me dá experiência de vida e discernimento sobre o certo e o errado) e estudei - durante o curso de jornalismo (!) - filosofia, direito, psicologia social, antropologia e ética - entre outras disciplinas tão importantes quanto culinária ou moda: redação em jornalismo, estética e comunicação de massa, radiojornalismo, telejornalismo, jornalismo impresso etc.

Com essa bagagem e muita disposição, posso me dedicar aos estudos e concorrer às vagas de juiz pelo Brasil afora, em pé de igualdade com os colegas advogados. Também posso pagar e me dedicar aos cursos especializados em concursos públicos para o cargo, se eu julgar necessário. E não é justo que me exijam, em momento algum, qualquer diploma ao candidatar-me ao cargo.

Afinal, se a pena de um jornalista não pode causar mal à sociedade (!!?), a de um juiz também não teria este poder de fogo. As leis - e elas são justas em si - existem para serem cumpridas e cabe a um juiz, tão somente - usando da simplicidade do STF - seguir a "receita de bolo" descrita pelos nossos códigos. Assim sendo, um juiz não pode causar mal algum a ninguém, se seguir, estritamente, o que determina a lei. Concordamos?

Data venia, meus colegas advogados, por quem nutro o devido respeito (minha mãe, cunhada, irmão e sobrinha - por favor, compreendam), quero ser juiz porque é um direito meu, assegurado pelo STF, e o salário de jornalista não está lá estas coisas.

Acreucho: Quero um emprego de jornalista, mesmo sem diploma...

3 comentários:

  1. Justiça seja feita e sem nenhum puxassaquismo, Acreucho, seus textos são ótimos, tb acho que os jornais tão perdendo ótimo redator, infelizmente como já morei em Rio Branco, sei que o que conta aí não é o Q.I. cerebral mas o Q.I.-Quem Indica, o mundo é podre, mas cabe a nós desempodrecê-lo, andei sumido mas tô sempre lendo vc. Abços.

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  2. Acreucho, o texto é simplesmente descabido, qualquer um pode escrever, como disse Paulo Leminski

    "Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece e as estrelas lá no céu lembram letras no papel. Quando o poema me anoitece a aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?"

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  3. Qualquer um pode escrever, mas, precisamos analisar "o que se escreve", escrever por escrever, muitos livros e jornais estão cheio de bobagens. O Gadelha está fazendo óbviamente uma sátira ao fato de poder-se ser "jornalista" sem diploma universitário e a mesma lei não valer para ser um advogado ou outra profissão qualquer, o que desvaloriza a profissão de jornalista. Neste país em que é preciso ter diploma pra ser balconista de loja e não se precisa dele pra ser presidente, têm-se a impressão de que "tudo pode". Acho que "pra ser presidente", deveria ser exigido diploma! Claro que uma Lei como esta nunca passaria, pois, há tantos ignorantes que querem ser políticos e não iriam dificultar as coisas pra eles mesmos. Na realidade acho que deveria ser exigido diploma "para ser político", não deveria bastar o voto, que pode ser comprado.

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