domingo, 11 de abril de 2010

Eu e as UPAs

Ainda há pouco, um cunhado chegou aqui em casa com uma crise de alguma coisa que lhe fazia doer o estômago e vomitar. Não sei o que era, toquei pra UPA do 2º Distrito. Digo que não sei o que era, porque mesmo tendo ido na UPA continuamos sem saber o que afligia o pobre rapaz. Eu não sei, ele não sabia e o médico que o atendeu também não sabia e, nem quis saber, mandou aplicar uma dipirona e um plasil e devolveu o rapaz para casa.

É assim o atendimento da medicina de 1º mundo aqui no Acre. Nosso governo deveria ter vergonha de falar em saúde. Temos bons postos de saúde, bons hospitais, uma quantidade razoável de equipamentos, mas, um péssimo quadro médico. Médicos mal humorados, mal educados, sem vontade de trabalhar, desdenhosos para com os pacientes, autoritários, ignorantes com os demais funcionários, arrogantes e orgulhosos, ninguém sabe do que.

Eu não ia falar isso, mas, resolvi falar porque revolta a gente. Os médicos nas UPAS ou em qualquer outro local de atendimento "não tocam nos pacientes" para examiná-los. Porque será? Nojo? Medo de se contaminar com alguma doença? Falta de humanidade?

Fui dias atrás com outro cunhado fazer uma consulta, o médico não se dignou a levantar os olhos da mesa para olhar para o rapaz, quanto mais para examinar uma enorme ferida que ele tinha no nariz, fruto de uma picada de inseto, mandou aplicar um anti-estamínico, uma dipirona e o mandou pra casa; outro dia fui com um  ar e, olha que ele tem apenas 2 aninhos de idade, perguntou o que o menino tinha, se eu soubesse, não tinha levado pra ela, não auscutou, não mediu a febre, não examinou a garganta, nem apalpou a criança pra ver onde doia, não examinou os ouvidos, nada; fui com minha cunhada, com dores abdominais, a médica a tratou como se ela tivesse alguma doença contagiosa, não saiu do outro lado da mesa, nem olhou para ela, fez algumas perguntas e mandou ir pra enfermaria, tomar buscopam na veia.

Quando uma pessoa procura um atendimento de saúde quer "pelo menos" saber o que a aflige, apenas tomar um medicamento para minimizar o sofrimento momentâneamente não adianta. Como tudo no Acre, a saúde é virtual e o povo precisa que ela seja real.

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