sexta-feira, 10 de abril de 2009

Que pepino pra polícia

Com toda certeza, a morte de Martini Martiniano está se tornando para as autoridades acreanas um problema que eles certamente não queriam e nem esperavam que fosse acontecer.

Lendo no AC24horas a opinião de um perito, que o noticioso não revelou o nome por razões óbvias, surgem em nossa mente dúvidas. Se Martini Martiniano se suicidou ou não. Agora, dizer que ele se "enforcou" com um lençol é abusar e ignorar a inteligência das demais pessoas. As marcas no pescoço dele não são definitivamente de um lençol, qualquer pessoa vê que foi usado um objeto, seja ele qual for com a espessura de não mais do que um centímetro, ou seja, um fio de nylon, um cabo de freio de moto, carro ou bicicleta.

A descrição feita pelo perito de "como" a pessoa teria que fazer pra ser enforcado é técnica e acredito só seria do conhecimento de outro perito ou de um "verdugo" profissional, como os que existem em países onde há pena de morte. Ele não morreu da maneira como o perito descreveu que seria um suicídio ou um enforcamento profissional, isso todo mundo já tem certeza.

Outra certeza é de que ele não seria tão burro a ponto de imaginar que um "lençol" agüentaria seu peso para que pudesse se suicidar por enforcamento, com ele se jogando de uma altura de 4 metros como foi dito. O lençol se romperia e ele cairia em pé ou sentado, possivelmente fraturando a bacia ou as pernas, nunca de "ponta cabeça".

O pepino está posto, foi suicídio ou crime? Cabe à polícia elucidar o caso e trazer à lume a verdade, seja ela qual for, doa a quem doer. Seria "Esquadrão da morte" o retorno?

Martini Martiniano cometeu ou ajudou a cometer um crime, portanto, era um criminoso e deveria ser punido nos moldes da Lei. Alguém poderá pensar que sendo ele um cúmplice de um crime, agora que está morto já pagou por seus atos, mas, não é bem assim. Ele participou dos atos que culminaram com a morte do médico/agiota Abib Cury, teria que ser julgado e condenado, não à pena de morte, pois, ela não existe em nosso país. Ele veio a público e denunciou pessoas que se pronunciam inocentes, pelo menos até que se prove a culpabilidade. E agora que ele morreu ou se suicidou, como fica a Justiça? Não a Justiça do Estado do Acre, a Justiça que deve ser exercida para punir quem pratica ou manda praticar crimes. O caso Abib Cury vai acabar, vai ficar por "isso mesmo"?

Se isso acontecer teremos voltado aos tempos de Al Capone, quando mafiosos para não irem pra cadeia mandavam eliminar seus inimigos. As nossas autoridades estão na obrigação de dar uma solução definitiva ao caso, tanto da morte do médico como da morte de Martiniano, sob pena de que seja implantado "novamente" o clima de terror e medo que tínhamos há anos atrás.

Só que o povo acreano não quer explicações estapafúrdias, obscuras e que afrontem a sua inteligência.

Se Martiniano se enforcou mesmo com um lençol, quem permitiu que ele levasse esse lençol para o pátio do presídio "de segurança máxima"? Se foi um fio, uma corda ou qualquer outro objeto, de onde ele tirou essas coisas?

Porque a Justiça não deu atenção aos apelos dele e de familiares de que ele corria risco de vida?

São tantas perguntas a serem respondidas que a gente fica até meio confuso. Com a palavra as autoridades, a Polícia pra investigar, a Justiça pra julgar e punir e o Governo pra fazer isso tudo funcionar, visto que era o responsável pela guarda e segurança do preso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário