sexta-feira, 20 de junho de 2008

Vida e morte de cachorro...



Um assunto polêmico se tornou o centro das atenções nas conversas e fofocas em Rio Branco, ultimamente. Até a Polícia Federal já entrou no caso.

Trata-se da eliminação, de animais apreendidos pela “carrocinha dos cachorros” do CCZ de Rio Branco. Segundo denúncias os animais estão sendo eliminados indiscriminadamente, sem critério e com métodos cruéis, que talvez não fossem usados nem na inquisição, como degola, paulada na cabeça e aplicação de injeção letal sem anestesia, ou conforme denúncia, com ela vencida, que não faz efeito.

O “melhor amigo do homem”, está sendo vítima de uma atitude selvagem por parte dos funcionários encarregados justamente de zelar por eles. Lembremo-nos que estes funcionários têm chefes, que são responsáveis por eles.

Existem centenas de cães vadios, perambulando pelas ruas de Rio Branco. Eles não são potencialmente perigosos, dificilmente agridem alguém, só quando agredidos, porém, passam fome, maus tratos e podem transmitir algumas doenças, como sarna, coceiras, verminoses quando em contato, principalmente com as crianças.

Eles transmitem pulgas e carrapatos e fazem a maior bagunça, nas caixas de lixo da cidade, em busca de algum alimento. Dormem em bancos de praças e jardins, aonde depois iremos nos sentar e poderemos ser vítimas de alguma enfermidade. Sem contar a sujeira que fazem com fezes em qualquer lugar, pois, não são “educados”.

Todos esses problemas que podem trazer os “cães de rua”, não são motivo para a selvageria que segundo denúncias e investigações da Polícia Federal, estão acontecendo no CCZ de Rio Branco.

Segundo a OMS, “a política de captura e eliminação de animais errantes não é econômica, racional ou humanitária”. Sendo sim recomendada a captura e esterilização desses animais, a título de controle de natalidade da espécie. Os animais que apresentem algum risco para a saúde humana ou animal da região, poderão eventualmente ser exterminados, com métodos compatíveis com a civilidade e humanidade. Nunca com exterminação violenta.

Deixando a hipocrisia de lado, todos nós sabemos os problemas que causam e podem causar os cães que vagam pelas ruas, abandonados a própria sorte, como já mencionado acima.

Quem de nós, não fica com medo, quando vê aproximar-se um cão de rua ou uma matilha deles?

O que está em discussão no momento não é se os cães têm que ser eliminados ou não. A discussão são os métodos usados para fazê-lo.

O termo “vida de cão”, em geral é usado para descrever uma condição humana de total degredo, na qual o ser humano sobrevive com as condições mínimas para continuar respirando. Estes animais que perambulam pelas ruas de nossas cidades, têm uma “vida de cão”, passam fome e em geral estão doentes, anêmicos e cheios de vermes, pulgas e carrapatos, afrontando a saúde das pessoas, para as quais, podem transmitir doenças.

Os cães em condições precárias que são retirados das ruas devem, até em prol de sua própria saúde, ser eliminados, porém, esta eliminação deverá ocorrer com humanidade, não de qualquer jeito.

Os que tiverem ainda em boas condições de saúde poderão eventualmente ser adotados por famílias para que tenham uma vida digna.

Faz-se necessário uma campanha. A Prefeitura gasta horrores em publicidade, para dizer que faz isso e aquilo. Deveria usar um pouco desta verba para uma campanha de conscientização da população “a respeito do respeito” que deve ter com seus animais, procurando mantê-los dentro dos quintais e com condições sanitárias e de saúde compatíveis.

Se o que foi denunciado está acontecendo aqui, funcionários e dirigentes do CCZ deverão ser punidos rigorosamente.

Todavia, cabe aqui, uma reflexão.

É muito bonito nos revoltarmos e exigir respeito com os animais, isso faz parte da nossa humanidade e da nossa amizade para com eles.

Há, porém, um problema, muito maior nesta cidade, justamente nos bairros periféricos, onde são apanhados os cães de rua. Há outra população, que necessita muito mais de nossa compreensão e compaixão. Uma população de crianças que não tem o que comer, nem o que vestir e que não são educadas porque não freqüentam a escola.

Pergunto: O que faremos com elas?

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