domingo, 1 de junho de 2008

Retrato do povo brasileiro...

Deu no G1 domingo, 01/06/2008
Mulher grávida fica três dias presa por tentar furtar lata de leite

Uma desempregada de 33 anos, ficou presa por três dias, em uma delegacia de Fortaleza, por tentar roubar uma lata de leite em pó de uma padaria. Grávida de seis meses, ela disse que estava com fome e sem dinheiro para pagar. Ela não chegou a levar o produto e foi presa em flagrante. A grávida só foi libertada na sexta-feira (dia 30) mediante alvará de soltura expedido pela Justiça.

Autônoma, ela não consegue mais trabalho. “Desde que eu fiquei grávida, o pessoal não me dá mais trabalho”. Tentei até negociar com eles (os funcionários da padaria) para que eles me dessem esse leite, porque eu poderia chamar um amigo para pagar. Tem tanta gente aí fora que comete tantos crimes, né? “E eu com fome, muita fome. Fome de doer meu estômago”, afirmou à TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo, quando estava presa.
“O que eu queria era poder sair daqui e ir embora para a casa da minha mãe, poder ter esse filho lá. Era só o que eu queria”, disse.

Segundo o delegado Antunes Teixeira, apesar de a grávida não ter passagem pela polícia, ela só poderia ser solta caso pagasse fiança ou por determinação judicial. O próprio delegado providenciou a documentação necessária para que a grávida pudesse deixar a cadeia.

Teixeira se baseou no princípio da insignificância penal. “Não compensa ao Estado mover a sua máquina processual para condená-la, porque tudo isso vai custar mil vezes mais que o valor da lata de leite”, explicou.

Opinião:
A que ponto chegamos?

Este é o retrato de grande parte da população brasileira, sem trabalho, sem alimentos, sem esperanças.

Obviamente não concordo com o furto, mas quando a fome aperta, a pessoa fica desnorteada, sem noção de decência, do que é certo ou errado. Como a mulher frisou: “tem tanta gente roubando aí fora”. O mau exemplo oferecido pelos políticos de nosso país influencia os cidadãos à prática de crimes e delitos, infelizmente.

Se eles (os políticos) podem, eu também posso, é esse o pensamento.

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