segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pula, pula...

O assunto do momento é a “fidelidade partidária”.

Se o mandato pertence ao partido pelo qual o candidato se elegeu, que função teve o candidato nisso tudo então? Existem candidatos que se elegeriam mesmo não estando filiados a partido nenhum, se isso fosse possível. Existem partidos que elegem qualquer candidato. Temos portanto um impasse.

É muito difícil julgar e definir de quem é o mandato. Do candidato ou do partido?

Se o mandato pertence ao partido, então deveríamos votar de modo diferente. Deveríamos votar na sigla partidária e não no candidato e que o partido, tendo ganhado uma ou mais cadeiras, indicasse a pessoa que ele quiser para assumir a vaga ganha pelo partido na Câmara Municipal, na Assembléia ou na Câmara Federal e no Senado. Isso iria ensejar confusões homéricas dentro dos partidos, as pessoas de menor poder aquisitivo, com menos influência dentro do partido, nunca teriam chance de se elegerem. Estaria estabelecida a “Caciquelândia”, onde só os caciques dos partidos seriam indicados para os “cargos” de Vereador, Deputado ou Senador. Seria hilário ver isso acontecer.

Em pertencendo o voto ao candidato que suou a camisa para consegui-lo, fica a pergunta.
Para que necessitaria o eleito de um partido? Se sua força não está na legenda, mas sim no seu carisma pessoal, no seu trabalho de convencimento junto ao povo, no quanto ele pode “dar” ao povo. Novo impasse, seriam eleitos aqueles que “pudessem” mais, os que tivessem “maior” poder de convencimento, aqueles que oferecessem mais.

Vamos raciocinar:
Se a gente tivesse que votar no partido, os partidos teriam que fazer grandes campanhas, mas grandes mesmo, teriam que convencer o povo de seus ideais e de suas ideologias, nós, o povo votaríamos segundo nosso discernimento de qual partido teria o melhor plano para melhorar a vida do povo.

Para votar somente no candidato, se ele pudesse se eleger sem partido, ele teria que ser bastante convincente, teria que provar que poderia fazer alguma coisa pelo povo, teria que “dar” muito ao povo para que fosse eleito, e quando digo dar seria dar mesmo, se hoje se ganha eleição comprando votos, imagine com um regime desses, de quem pode mais chora menos. Os candidatos com poucos recursos e com pouca cultura, não teriam nenhuma chance, claro, sempre há aqueles candidatos que são carismáticos e mesmo sem dar nada se elegeriam.

Bem, a grande pergunta é: De quem é o mandato?

Pode existir partido sem candidato?
Pode existir candidato sem partido?

O partido está intimamente ligado ao candidato e vice-versa. Um não coexiste sem o outro.

O que temos no Brasil é um problema de “democracia”, não de eleição. O Brasil ficou tão “democrático” que se tornou “autoritário”. O Poder Judiciário decide o que é competência do Legislativo, pois, o próprio não tem condições de faze-lo, pelo simples fato de que tudo em política no Brasil, torna-se polêmico.

Hoje no Brasil, não temos candidatos nem partidos com ideologia, ambos tem apenas fisiologia, ou seja, é tudo um jogo de interesses, partidários e particulares que acabam se confrontando. Foi-se o tempo dos partidos com ideologia, que defendiam suas idéias e ideais com unhas e dentes, foi-se o tempo dos candidatos (eleitos ou não) que defendiam idéias e ideologias ao invés de interesses.

É vergonhoso vermos políticos em geral, pulando de partido, hoje têm uma ideologia, amanhã têm outra, isso no popular chama-se “falta de personalidade” e pode ser chamado de falta de outras coisas.

Em resumo, para que um candidato chegue a ser eleito, há uma união de forças, parte dela do partido e parte dela do candidato. O que deve acabar é o fisiologismo, que faz com que as pessoas pulem para lá e para cá, de acordo com os seus interesses pessoais. O candidato deve pensar muito bem antes de se filiar a algum partido, ver se está de acordo com a ideologia do mesmo, o partido por sua vez, deve analisar as pessoas que coloca em seus quadros e a quem apóia nas eleições, mas querer isso da classe política é pura “utopia”.

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