quinta-feira, 19 de março de 2009

Inferno Astral

Se eu não fosse um cara duro, poderia até sentir dó, do Senador Tião Viana. O senador acreano está vivendo atualmente seu pior momento, seu inferno astral, pagando por todos os pecados que tenha cometido.

Outro dia, um assessor dele, falou num artigo em “magnitude ética”. Esqueceu-se o nobre assessor que em política não há ética, em política impera a Lei de Gerson: “Levar vantagem em tudo”.

Que no Congresso Nacional, bem como em qualquer Casa Legislativa do país os descalabros são prática usual, qualquer brasileiro sabe. Dizer que as mordomias e gastos excessivos com dinheiro público, sem qualquer culpa ou ética são praticados seria redundância. Todos nos sabemos como agem os “altos, baixos, médio, pequenos e até insignificantes” funcionários públicos, locupletando-se de seus cargos e procurando tirar vantagem em tudo.

O Senador Tião Viana é apenas mais uma vítima de uma doença contagiosa que entra na corrente sanguinea de qualquer pessoa que entra para a política, chamada “prepotêncialis politicalistis.  

Um senador, um deputado são pessoas que se consideram “deuses”, acham que estão acima do “bem e do mal”, que “errar é humano”, principalmente se for eles que erram. Quando “servi” ao exército havia um ditado militar que dizia: “o superior nunca erra, dificilmente se engana e quando se engana é por culpa única e exclusiva do subordinado”. Políticos se consideram superiores e nós, seus subordinados é que estamos errados em reclamar das suas presepadas.

O episódio do “empréstimo” do celular funcional do senador para sua filha, passaria despercebido se o senador acreano não estivesse em litígio com forças muito superiores às suas, porém, mal avaliadas por ele e sua assessoria. Será que Tião Viana achava que poderia se colocar frontalmente contra uma lenda como José Sarney e imaginar que sairia sem um arranhão? Ingenuidade pura. Principalmente quando se tem coisas das quais se deve dar explicações.

Qual congressista não tem “rabo preso” com alguma coisa?

Tião Viana avaliou mal a luta que iria lutar e subestimou o inimigo. Este é o pior erro de qualquer exército que entra em batalha, subestimar o inimigo.

O sentimento de impunidade reinante nos meios políticos fez com que o senador acreano se esquecesse de que se considera “um baluarte da ética e da moral”.

Que mal haveria em ceder um dos seus celulares funcionais, cedido a ele para exercer suas funções no Senado Federal, sem limite de gastos, para sua filha que iria viajar e com a qual queria manter contato?

Segundo o próprio senador, a moça se comprometeu a não efetuar ligações, o aparelho era apenas para que “ele” pudesse falar com ela, através do outro celular funcional que ele dispõe, também pago pelos cofres públicos. Isso, porém, não aconteceu, houve ligações e muitas. Segundo declarações do próprio senador, ele teve que fazer um “empréstimo” para pagar a conta e vai pagar este empréstimo em 72 vezes, deve ser muito grande.

Ora, o senador começou a ficar desacreditado no caso, quando declarou: “se eu possuísse um aparelho próprio, teria dado a ela”.

Quem vai acreditar que um Senador da República não possui um celular particular ou condições de comprar um? Em cada esquina de Rio Branco ou de Brasília, há uma loja que comercializa celulares, era só ir até uma loja dessas e comprar um aparelho, desses à cartão, dar na mão da moça e pronto, ela não poderia ligar, apenas receber ligações. Como diria a “Super Nani”, “faltou disciplina”, faltou colocar limites, tanto para o senador como para a sua filha.

Bem, agora “Inês é morta”. O celular já foi emprestado, o escândalo já virou manchete e correu o mundo, a conta já foi paga, pelo menos é o que dizem, o Senador Tião Viana ficou como diria um amigo meu, “na mau”. Não há mais o que se possa fazer com este assunto, eu diria que “faltou alguma coisa”, como “decoro”, por exemplo, mas sou uma voz muito pequenina, sem influência.

Lula entrou na parada e mandou que a rixa entre PT e PMDB, leia-se Tião Viana e José Sarney acabasse, foi assinado um acordo de “não novas agressões” e está tudo “como dantes no quartel de Abrantes”. Isso tudo só vai render para os “inimigos” do Senador Tião Viana, que vão fazer a festa, até o fim dos dias.

Não estamos mais em tempos em que políticos faziam o que queriam sem assumir por seus atos, esse tempo já passou, a imprensa, a internet, os blogueiros e fofoqueiros de plantão estão atentos para qualquer deslize. Pode não adiantar nada, mas a gente comenta e faz repercutir.

Se, servirá de “lição”, ninguém sabe. Gente rica e prepotente não costuma tomar lições das agruras da vida, mas, que vai ficar pra sempre na “ficha” do senador, isso vai.

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