Desvantagem numérica do site do Chico Bruno
Só o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode impedir o PMDB de atropelar o PT e eleger o sucessor de Garibaldi Alves Filho no Senado. Pela tradição do Congresso, o posto cabe aos peemedebistas, que têm a maior bancada na Casa. Além disso, eles são favoritos caso a escolha não seja feita por acordo, porque contarão, numa eventual votação, com o apoio de tucanos e possivelmente democratas, ambos interessados em atraí-los para uma aliança formal na próxima corrida presidencial.
Não bastasse a desvantagem numérica, os petistas ainda lidam com a falta de disposição de Lula para mudar o quadro. Em conversas reservadas, o presidente disse não querer uma mesma legenda no comando da Câmara e do Senado, mas deixou claro que mandará às favas a análise se o escolhido pelos senadores for José Sarney (PMDB-AP), listado no grupo de políticos “acima dos partidos”. Lula também prefere enquadrar os petistas a confrontar os peemedebistas. Por dois motivos.
Primeiro, porque precisa da bancada governista unida para aprovar as medidas provisórias baixadas em resposta à crise financeira mundial. Segundo, porque aposta na parceria com os peemedebistas para fazer da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente da República em 2010. “O limite da gula do PMDB terá de ser definido pelo próprio Lula. O presidente terá de arbitrar apetites numa conjuntura desfavorável”, diz o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília.
Petistas concordam com a análise. E numa cartada derradeira pelo Senado sugerem ao Planalto que “alimente” os senadores do PMDB. Seja com o Ministério do Turismo, seja com mais diretorias em estatais do setor elétrico. Resta saber se Lula aceitará, como fez no passado, pagar a fatura. (Daniel Pereira no Correio Braziliense)
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