terça-feira, 7 de outubro de 2008

“Pronto” Socorro de Rio Branco

São vinte e duas horas e cinqüenta minutos e estou chegando do Pronto Socorro de Rio Branco, onde fui levar meu sobrinho de oito meses que não parava de chorar.

Chegamos lá pelas vinte e uma e trinta mais ou menos fizemos a “fichinha” e ficamos esperando pra ser atendidos. Dez minutos, vinte minutos, meia hora, quarenta minutos, aí meu cunhado não agüentou mais com o menino chorando no colo e começou a reclamar.

Os “bem educados” funcionários do atendimento tentavam de toda maneira, achar uma desculpa para o descaso com o atendimento médico do Pronto Socorro, que de “pronto” não tem nada.

Meu cunhado não agüentando mais, entrou hospital à dentro e foi até a “sala de repouso” dos médicos, onde os encontrou “confraternizando”, conversando, vendo TV, comendo e dando risadas enquanto lá fora, na emergência, as pessoas esperavam por eles. Ele reclamou com o médico e ele o acompanhou até a sala de atendimento.

O médico, examinou o bebê mal e porcamente, mandou fazer uma nebulização, deu algumas gotinhas de dipirona e mandou para casa. Se perguntar o que a criança tinha, ele simplesmente não sabe dizer, apenas receita medicamentos para cessar no momento o que a criança está sentindo sem se preocupar com o futuro dela. Não pediu nenhum exame, nem nada.

O saguão de entrada estava sujo, o piso nunca viu uma cera, a pintura das paredes descascando, fios elétricos saem por debaixo de portas, colocando em risco a vida de quem tocar neles, havia lama no ambiente, papéis jogados, as cadeiras de espera estão quebradas, um homem, possivelmente embriagado e sujo, dormia a sono solto numa das cadeiras, aos pés dele uma poça de vômito. Quem quiser matar a sede, tem que beber água de torneira, de um bebedor imundo, ligado à rede hidráulica comum e tem ainda que pedir pelo amor de Deus um copo na recepção. Excesso de funcionários de atendimento, possivelmente gente acomodada ali pelos “cumpanheiros” conversa, dá risadas e faz pouco caso dos problemas de quem precisa de atendimento. Este é o quadro no atendimento do Pronto Socorro de Rio Branco, isso só pra descrever a entrada, porque lá dentro, onde os seres humanos comuns não podem entrar, a coisa deve ser muito mais feia.

Ora, alguém há de dizer que os médicos também têm que ter períodos de repouso, concordo plenamente, mas não quando têm pacientes para serem atendidos, eles podem descansar depois que atenderem a todos os que estão necessitando e que é quem lhes paga o salário, gordo por sinal. Perguntei pelo supervisor do corpo clínico e a resposta foi que ele só fica até as cinco da tarde, à noite, cada um faz o que quer.

A medicina de primeiro mundo do Acre é uma deslavada mentira, principalmente a de pronto atendimento. Até quando teremos que agüentar esse tipo de coisas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário