terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ponto e Contra Ponto II


O ex-governador(ex?) do Acre, Jorge Viana, em entrevista ao Programa Gazeta Entrevista, deu sua opinião sobre as eleições 2008, visto pela ótica  da Frente Popular. Há muitos equívocos nas avaliações do ex-governador(ex?) os quais rebatemos neste texto, fazendo o contra ponto.

Ponto e Contra Ponto II

Jorge Viana: “Eu acho que [a eleição] foi uma grande vitória da Frente Popular. Por que isso? Porque foi a primeira vez que nós tivemos, por conta de trezentos e poucos eleitores, uma possibilidade de segundo turno na capital, por termos mais de 200 mil eleitores. E o Angelim escreveu seu nome na história por ser o primeiro prefeito reeleito de Rio Branco e o primeiro que não precisou de segundo turno para ser eleito.”

Acreucho: Ao contrário do que alardeia o ex-governador Jorge Viana, não foi grande vitória coisa nenhuma, foi sim uma “quase derrota” pra Frente Popular. Esses motivos que alega Jorge são apenas cortina de fumaça pra tentar encobrir o “pânico” que eles entraram ao entardecer do dia 5 de outubro, quando se abriram as urnas, onde Angelim começou com 56% e foi caindo até alcançar 50,8%.

Jorge Viana: O Angelim ganhou a eleição com 10 mil votos a mais que na última eleição em 2004 e ganhou essa eleição colocando 40 mil votos de vantagem em relação ao segundo colocado.

Acreucho: Jorge, não havia segundo colocado, a eleição foi disputada entre situação e oposição e foi um verdadeiro milagre que a oposição tenha perdido, pela merreca de 0,8%. Não adianta se jactar de nada com sua “vitória”. Foi na realidade uma “quase derrota”.

Jorge Viana: Apertada foi a outra eleição do Angelim contra o Marcio Bittar. O Angelim teve menos de 50% dos votos, o Márcio Bittar teve mais de 40%. Aquela, sim, foi uma eleição apertada. A diferença de votos entre os dois foi de 12 mil votos. Nesta eleição, não. A diferença de votos do Angelim para o segundo colocado foi de 40 mil votos. Por isso não tenho dúvidas de que a eleição  em Rio Branco foi uma acachapante vitória da Frente Popular.

Acreucho: É muita pretensão de Jorge Viana, analisar estas eleições desta maneira, como se o Angelim tivesse disputado a eleição apenas com Sérgio Petecão e uma ignorância também. Jorge isso não fica bem pra você, pois, a gente sabe que é uma pessoa inteligente, se não tiver o que dizer, fique quieto.

Jorge Viana: Claro que sim! Nossa base, a base da Frente Popular, elegeu 10 dos 14 vereadores, inclusive o Cabide, pela Frente Popular. É um companheiro que, acima de qualquer coisa, faz com que a Câmara encarne essa cara do nosso povo, a simplicidade do nosso povo.

Areucho: O que levou o Cabide a sair da oposição e ir pra Frente Popular, não foi a sua simpatia por ela, mas, a falta de apoio que ele não teve na oposição. Com alguma coisa, vocês da Frente Popular acenaram para ele, senão ele não teria ido, isso é ponto pacífico. Tomara que o Cabide não se torne “mais um” na Frente Popular e que daqui a quatro anos, o povo tenha que tirá-lo assim como o colocou, assim como os “márcios, marias antonias, pastores Jonas e outros”.

Jorge Viana: Isso é verdade, a não-eleição do Márcio, um grande líder do prefeito, do vereador Márcio Oliveira, da Maria Antônia, do Pastor Jonas é uma perda, mas  também pode servir para duas coisas: mostrar que a Frente Popular  não coloca ninguém debaixo do braço, a Frente Popular trabalha pelo conjunto, por todos, e às vezes a gente comete não digo erros, mas sacrifica alguns companheiros.

Acreucho: Que demagogia, a Frente Popular colocou Forneck, Araújo e Ariane e o Cabide debaixo do braço, em detrimento dos demais, a campanha do Cabide na Internet foi um deboche, uma brincadeira inventada por patricinhos e patricinhas e acabou dando certo, isso até o Edvaldo Magalhães reclamou dizendo: “a máquina administrativa da prefeitura não descarregou os votos no Márcio Batista”.  Márcio Oliveira, Maria Antonia e Pastor Jonas eram vereadores “coroinha”, diziam amém o tempo todo, por isso não estarão mais lá.

Jorge Viana: É claro que tivemos problemas. O Michel não foi reeleito no Bujari, o Celso Ribeiro não foi reeleito em Senador Guiomard, mas nós ganhamos Xapuri, uma vitória simbólica e importante. Nós ganhamos em Porto Acre com o Zé Maria, um companheiro simples e que vai fazer com certeza um bom trabalho. Nós conseguimos ter uma grande vitória aqui no Vale do Acre, ganhamos Feijó e ali foi no fiozinho de cabelo, eu tenho que ser sincero...

Acreucho: O Michel não foi eleito, por causa da sua arrogância, ele imaginou que poderia ser igual ao seu ídolo, Jorge Viana, orgulhoso, arrogante e déspota; Celso Ribeiro, não se elegeu por não saber se comunicar com a comunidade, também por arrogância, sem falar que o povo deu o troco a ele por ter traído a oposição, na qual se elegeu.

Jorge Viana: Eu agradeço essas considerações, avaliações, mas eu quero fazer justiça com o governador Binho Marques. O Binho é um ex-não político.

Acreucho: Nisso Jorge tem razão, Binho Marques é um ex-não político, ele está tomando gosto pela coisa e, diga-se de passagem, até sendo competente e hoje, tem grande popularidade, não há duvidas de que é o melhor nome da situação para reeleição em 2010. Dá-lhe Binho!

Jorge Viana: É, perdeu, mas é preciso diferenciar a eleição de Tarauacá de Cruzeiro, em relação a Bujari, Thaumaturgo, por exemplo. Lá em Tarauacá, nós não tínhamos a prefeitura. Em Thaumaturgo não, em Thaumaturgo nós tínhamos a prefeitura e perdemos. No Bujari nós tínhamos a prefeitura e perdemos. Em Cruzeiro é outra relação. Em Cruzeiro nós não tínhamos a prefeitura e perdemos

Acreucho: Em Rio Branco, tinham a prefeitura e “quase” perderam, o povo já está cheio de PT e de ditadura disfarçada de democracia.

Jorge Viana: A Zila ganhou em 2004 e o Vagner agora, mas é importante dizer que nunca nós da Frente Popular tivemos um candidato tão competitivo como o Zinho, e quero aproveitar aqui para publicamente agradecer sua performance fantástica, com quase 41% dos votos, a maior votação que nós já tivemos lá. E qualquer pesquisa séria mostrava isso já antes da eleição. E na avaliação que fizemos, ficou clara uma coisa: nós só não ganhamos porque a candidatura da Zila (Bezerra) e do Ilderlei (Cordeiro) não deslanchou

Acreucho: Perderam porque têm prometido e não cumprido e porque o Juruá não quer o PT.

Jorge Viana: Por exemplo, o processo aqui em Rio Branco e em alguns municípios precisa ser profissionalizado administrativamente. São 12 prefeituras que o PT ganhou e nós precisamos criar uma estrutura para dar apoio a esses prefeitos para que o povo sinta as mudanças, as melhorias, e isso não é fácil, Pelo contrário, é muito difícil, mas é preciso ser feito para chegarmos mais perto de quem precisa, para trabalharmos cada vez mais pelos excluídos. O governador Binho tem feito isso no governo e agora é a vez de fazer isso de forma mais intensa nas prefeituras

Acreucho: Bem, o que Jorge está dizendo é que vai fazer um “clube do bolinha”? Vai privilegiar as prefeituras do PT em detrimento das de outros partidos? Esta não é a idéia do Governador Binho Marques, pelo menos foi isso que ele disse. Quem é o governador afinal, Jorge Viana ou Binho Marques? Porque “precisamos criar uma estrutura”? Jorge Viana não tem que criar coisa nenhuma a não ser, seus bois, ele não tem mandato, nem é secretário de coisa nenhuma. Desde quando, o PT e a Frente Popular chegam perto de pobres? Eles nem sabem o que seja isso, foi esse um dos erros deles nesta administração. Pra chegar perto da pobreza só se eles comprarem umas roupas daquelas dos astronautas.

Jorge Viana: Olha, eu defendo uma tese na política que é diferente do futebol, no qual time que ganha não se mexe. Na política eu entendo que time que ganha se mexe, sim, porque  mexendo nos permite continuar ganhando.

Acreucho: Jorge Viana está defendendo esta tese, demagogicamente e no seu próprio interesse. Já prometeu a Tião Viana, seu irmão que ele será, o próximo governador. Como Binho está com grande popularidade, está dizendo que “time que está ganhando se mexe”, pra poder na hora do pega, quando Binho quiser se reeleger ele alegar isso.

Jorge Viana: Pois, é, em 2009 comemoramos 20 anos de criação da Frente, um movimento fantástico, e eu me sinto plenamente representado pelos que estão aí, mesmo estando sem mandato, porque trabalhamos com a idéia de um coletivo...

Acreucho: Sim, concordo com o Jorge, a Frente Popular trabalha com o coletivo. Com as empresas de transporte, com os empresários da construção, com agro pecuaristas, com os publicitários, com os especuladores imobiliários, com as construtoras de estradas, pontes e viadutos, são esses elementos que formam o “coletivo” a que se refere Jorge Viana, o coletivo da elite da sociedade acreana. Deveriam mudar o nome para Frente Elitista.

Jorge Viana: Nós fizemos mais de 120 vereadores em todo Estado e para se ter uma idéia do que significa isso, o PMDB fez 20, 20 e poucos vereadores. Ou seja, somos uma frente que se consolidou e é absolutamente vitoriosa e está crescendo, sendo merecedora do respeito do povo, do voto do nosso povo. E para continuar crescendo tem que mudar, tem que melhorar, e por isso que aqui em Rio Branco no novo mandato do Angelim é preciso que a prefeitura seja, de fato, uma nova prefeitura, um novo mandato.

Acreucho: Falando coletivamente, a Frente teve mesmo uma boa vitória, a não ser aqui em Rio Branco, onde foi uma “quase derrota”, foi por um fio. O “respeito e o voto do povo” estão muito divididos por aqui e com toda certeza, num próximo pleito para a prefeitura, a vitória pode ser da oposição. Sou obrigado a concordar que se a Frente não fizer mudanças profundas irá acabar. Principalmente se Edvaldo Magalhães resolver sair dela.

Jorge Viana: Além disso, precisamos refletir como está o trabalho no conjunto, área por área, e não só a divulgação da prefeitura, que tem sido tocada com freqüência, mas melhorar a presença dos nossos secretários mais juntos do cidadão, daquele excluído do excluído.

 

Acreucho: Taí uma coisa que nem Jorge Viana é capaz de fazer. Os secretários se misturarem com o povão, andarem na poeira e na lama, cheirar o esgoto à céu aberto nos bairros, abraçar as criancinhas sujas e com nariz ranhento nas invasões e palafitas, fazer os secretários descerem se seus pedestais e irem aos bairros conhecer o que é um “pobre”.

Jorge Viana: Nós criamos a Frente Popular para servir os excluídos e precisamos estar mais perto deles

Acreucho: Jorge deixe de demagogia. A Frente Popular foi criada para usurpar o poder e se apossar dele. Criar um regime de administração do terror e da ditadura, um controle do servidor e do cidadão como meio para manter o poder. Servir aos excluídos, só pode ser piada, a última vez que você viu um “excluído” foi lá em 1996, quando precisava deles para se eleger, agora vocês têm a elite.

Jorge Viana: Eu, no ano que vem, vou aproveitar boa parte do meu tempo para aproveitar essa minha experiência de ex-prefeito, de ex-governador, e colocar a serviço das nossas prefeituras da Frente Popular. Isso é uma coisa importante e pode ajudar. Sou capaz de juntar uma equipe de técnicos para gente ajudar  esses prefeitos a fazer um trabalho bom, um trabalho honesto, feito com ética e voltado para todos

Acreucho: O que Jorge Viana pretende criar é o que Moisés Diniz chamou nestas eleições de “13º Exército”. Um pelotão de pessoas que certamente viajarão todos os municípios do Estado, por nossa conta, para implantar seu regime ditatorial no sentido de “converter” pessoas e políticos regionais. Jorge Viana, não fale em ética, porque seu partido não tem a mínima noção do que seja isso.

Jorge Viana: Porque o momento agora é de unir todos em prol da cidade: quem votou, quem não votou e ajudar a melhorar as nossas cidades, do nosso povo, principalmente dos mais humildes, dos excluídos, que são os que mais precisam que o nosso governo chegue até eles e essa deve ser a prioridade das nossas prefeituras a partir do próximo ano, governar para todos.

Acreucho: Os que votaram na Frente serão instruídos a “doutrinar” os que não votaram, para nas próximas eleições lhes conseguir o voto.

Jorge Viana: A fórmula é essa: mais trabalho, mais cuidado, mais dedicação ao povo e, obviamente, trabalhar para todo mundo.

Acreucho: A fórmula é essa, catequese, pressão, medo.

Jorge Viana: Com o apoio do presidente Lula, junto com as prefeituras de boa vontade, que queiram trabalhar junto honestamente, para a gente trabalhar junto em prol da população, porque o Acre perdeu muito tempo.

Acreucho: É bem típico da mente de Jorge Viana, achar que só os do PT são honestos, ele até acredita nisso. Concordo que o Acre perdeu muito tempo. Os necessitados e desvalidos acreanos perderam muito tempo, dando bola para as idéias desta Frente Popular e estão pagando caro por isso.

Jorge Viana: Eu, sinceramente quero parabenizar a Justiça Eleitoral pelo trabalho porque se houve algum excesso foi de zelo. Parabéns aos juízes, aos promotores, aos condutores. O que eu sinto falta é de clareza nas regras da eleição, mas isso é questão dos legisladores. Eu gosto de eleição, que é uma festa para quem ganha, um choro para quem perde, mas eu, que já perdi tantas, tenho que curtir a alegria da vitória, também, sem humilhar ninguém e, aliás, sendo humilde.

Acreucho: Ele diz que a eleição é uma festa para quem “ganha”. As eleições são a Festa da Democracia, mas como não sabe o que seja isso... Só se sente satisfeito se ganhar. Muitas vezes perder é preciso, quem perde, reavalia, faz novos planos e procura melhorar seu desempenho. Já quem ganha, deita-se sobre os louros da vitória e faz como a cigarra e fica só cantando vitória.

Alan Rick: A oposição perdeu, é fato, mas não está morta. O senhor acha que ela vai continuar sendo conduzida por dissidentes da Frente Popular?

Acreucho: Alan Rick que pergunta besta é essa? A Frente Popular é que está cheia de “cumpanheiros” que antes militavam na oposição e que graças a Deus agora estão fora, pois, não somavam nada, muito pelo contrário, nos diminuíam.

Jorge Viana: Olha, eu quero dizer que oposição tem problemas. Quem sou eu para dar palpite sobre o que eles vão fazer. Posso identificar os problemas e com absoluta isenção. Por exemplo, o deputado Petecão não elegeu o candidato a vereador que ele colocou debaixo do braço, o presidente da Câmara [Pedrinho Oliveira, primo de Sérgio Petecão]. Então, é preciso que o Petecão e o Bocalom tenham consciência de que esses votos que eles receberam não são exclusividade deles, são votos da oposição, porque toda e qualquer eleição que tiver aqui em Rio Branco, a oposição tem no mínimo 35% dos votos. Na eleição passada foi mais de 40% dos votos. Eu gosto de respeitar os opositores, que têm papel importante no jogo democrático, mas acho que eles erraram na dose, mas isso fica para eles avaliarem. Na verdade, eu prefiro tirar lições da nossa vitória. Eu acho que a população está mandando mensagens importantes para nós vencedores: olha, pessoal, tem que melhorar algumas coisas, tem que fazer mais. Eu só espero que os números da eleição não subam na cabeça de ninguém porque esse pessoal da oposição, é bom que se diga, ficou 40 mil votos atrás do Angelim. Essa é uma realidade inegável.

Acreucho: A frase mais coerente de todo este texto é: “Eu acho que a população está mandando mensagens importantes para nós vencedores: olha, pessoal, tem que melhorar algumas coisas, tem que fazer mais” e vou completá-la porque Jorge Viana não teve coragem de fazer, “senão na próxima nos tiramos vocês de lá”. Os números da eleição não podem subir à cabeça de ninguém, nem situação nem oposição, porque foram tão insignificantes que dão vergonha, principalmente à Frente Popular por toda a sua empáfia e arrogância. Jorge desce do salto homem, “esse pessoal da oposição” não ficou 40 mil votos atrás do Angelim, ficou mil e poucos votos, só isso.

O ex-governador(ex?) do Acre, Jorge Viana, em entrevista ao Programa Gazeta Entrevista, deu sua opinião sobre as eleições 2008, vista pela ótica da Frente Popular. Há muitos equívocos nas avaliações do ex-governador(ex?) os quais rebatemos neste texto, fazendo o contra ponto.

Ponto e Contra Ponto II

Jorge Viana: “Eu acho que [a eleição] foi uma grande vitória da Frente Popular. Por que isso? Porque foi a primeira vez que nós tivemos, por conta de trezentos e poucos eleitores, uma possibilidade de segundo turno na capital, por termos mais de 200 mil eleitores. E o Angelim escreveu seu nome na história por ser o primeiro prefeito reeleito de Rio Branco e o primeiro que não precisou de segundo turno para ser eleito.”

Acreucho: Ao contrário do que alardeia o ex-governador Jorge Viana, não foi grande vitória coisa nenhuma, foi sim uma “quase derrota” pra Frente Popular. Esses motivos que alega Jorge são apenas cortina de fumaça pra tentar encobrir o “pânico” que eles entraram ao entardecer do dia 5 de outubro, quando se abriram as urnas, onde Angelim começou com 56% e foi caindo até alcançar 50,8%.

Jorge Viana: O Angelim ganhou a eleição com 10 mil votos a mais que na última eleição em 2004 e ganhou essa eleição colocando 40 mil votos de vantagem em relação ao segundo colocado.

Acreucho: Jorge, não havia segundo colocado, a eleição foi disputada entre situação e oposição e foi um verdadeiro milagre que a oposição tenha perdido, pela merreca de 0,8%. Não adianta se jactar de nada com sua “vitória”. Foi na realidade uma “quase derrota”.

Jorge Viana: Apertada foi a outra eleição do Angelim contra o Marcio Bittar. O Angelim teve menos de 50% dos votos, o Márcio Bittar teve mais de 40%. Aquela, sim, foi uma eleição apertada. A diferença de votos entre os dois foi de 12 mil votos. Nesta eleição, não. A diferença de votos do Angelim para o segundo colocado foi de 40 mil votos. Por isso não tenho dúvidas de que a eleição em Rio Branco foi uma acachapante vitória da Frente Popular.

Acreucho: É muita pretensão de Jorge Viana, analisar estas eleições desta maneira, como se o Angelim tivesse disputado a eleição apenas com Sérgio Petecão e uma ignorância também. Jorge isso não fica bem pra você, pois, a gente sabe que é uma pessoa inteligente, se não tiver o que dizer, fique quieto.

Jorge Viana: Claro que sim! Nossa base, a base da Frente Popular, elegeu 10 dos 14 vereadores, inclusive o Cabide, pela Frente Popular. É um companheiro que, acima de qualquer coisa, faz com que a Câmara encarne essa cara do nosso povo, a simplicidade do nosso povo.

Acreucho: O que levou o Cabide a sair da oposição e ir pra Frente Popular, não foi a sua simpatia por ela, mas, a falta de apoio que ele não teve na oposição. Com alguma coisa, vocês da Frente Popular acenaram para ele, senão ele não teria ido, isso é ponto pacífico. Tomara que o Cabide não se torne “mais um” na Frente Popular e que daqui a quatro anos, o povo tenha que tirá-lo assim como o colocou, assim como os “márcios, marias antonias, pastores Jonas e outros”.

Jorge Viana: Isso é verdade, a não-eleição do Márcio, um grande líder do prefeito, do vereador Márcio Oliveira, da Maria Antônia, do Pastor Jonas é uma perda, mas também pode servir para duas coisas: mostrar que a Frente Popular não coloca ninguém debaixo do braço, a Frente Popular trabalha pelo conjunto, por todos, e às vezes a gente comete não digo erros, mas sacrifica alguns companheiros.

Acreucho: Que demagogia, a Frente Popular colocou Forneck, Araújo e Ariane e o Cabide debaixo do braço, em detrimento dos demais, a campanha do Cabide na Internet foi um deboche, uma brincadeira inventada por patricinhos e patricinhas e acabou dando certo, isso até o Edvaldo Magalhães reclamou dizendo: “a máquina administrativa da prefeitura não descarregou os votos no Márcio Batista”. Márcio Oliveira, Maria Antonia e Pastor Jonas eram vereadores “coroinha”, diziam amém o tempo todo, por isso não estarão mais lá.

Jorge Viana: É claro que tivemos problemas. O Michel não foi reeleito no Bujari, o Celso Ribeiro não foi reeleito em Senador Guiomard, mas nós ganhamos Xapuri, uma vitória simbólica e importante. Nós ganhamos em Porto Acre com o Zé Maria, um companheiro simples e que vai fazer com certeza um bom trabalho. Nós conseguimos ter uma grande vitória aqui no Vale do Acre, ganhamos Feijó e ali foi no fiozinho de cabelo, eu tenho que ser sincero...

Acreucho: O Michel não foi eleito, por causa da sua arrogância, ele imaginou que poderia ser igual ao seu ídolo, Jorge Viana, orgulhoso, arrogante e déspota; Celso Ribeiro, não se elegeu por não saber se comunicar com a comunidade, também por arrogância, sem falar que o povo deu o troco a ele por ter traído a oposição, na qual se elegeu.

Jorge Viana: Eu agradeço essas considerações, avaliações, mas eu quero fazer justiça com o governador Binho Marques. O Binho é um ex-não político.

Acreucho: Nisso Jorge tem razão, Binho Marques é um ex-não político, ele está tomando gosto pela coisa e, diga-se de passagem, até sendo competente e hoje, tem grande popularidade, não há duvidas de que é o melhor nome da situação para reeleição em 2010. Dá-lhe Binho!

Jorge Viana: É, perdeu, mas é preciso diferenciar a eleição de Tarauacá de Cruzeiro, em relação a Bujari, Thaumaturgo, por exemplo. Lá em Tarauacá, nós não tínhamos a prefeitura. Em Thaumaturgo não, em Thaumaturgo nós tínhamos a prefeitura e perdemos. No Bujari nós tínhamos a prefeitura e perdemos. Em Cruzeiro é outra relação. Em Cruzeiro nós não tínhamos a prefeitura e perdemos

Acreucho: Em Rio Branco, tinham a prefeitura e “quase” perderam, o povo já está cheio de PT e de ditadura disfarçada de democracia.

Jorge Viana: A Zila ganhou em 2004 e o Vagner agora, mas é importante dizer que nunca nós da Frente Popular tivemos um candidato tão competitivo como o Zinho, e quero aproveitar aqui para publicamente agradecer sua performance fantástica, com quase 41% dos votos, a maior votação que nós já tivemos lá. E qualquer pesquisa séria mostrava isso já antes da eleição. E na avaliação que fizemos, ficou clara uma coisa: nós só não ganhamos porque a candidatura da Zila (Bezerra) e do Ilderlei (Cordeiro) não deslanchou

Acreucho: Perderam porque têm prometido e não cumprido e porque o Juruá não quer o PT.

Jorge Viana: Por exemplo, o processo aqui em Rio Branco e em alguns municípios precisa ser profissionalizado administrativamente. São 12 prefeituras que o PT ganhou e nós precisamos criar uma estrutura para dar apoio a esses prefeitos para que o povo sinta as mudanças, as melhorias, e isso não é fácil, Pelo contrário, é muito difícil, mas é preciso ser feito para chegarmos mais perto de quem precisa, para trabalharmos cada vez mais pelos excluídos. O governador Binho tem feito isso no governo e agora é a vez de fazer isso de forma mais intensa nas prefeituras

Acreucho: Bem, o que Jorge está dizendo é que vai fazer um “clube do bolinha”? Vai privilegiar as prefeituras do PT em detrimento das de outros partidos? Esta não é a idéia do Governador Binho Marques, pelo menos foi isso que ele disse. Quem é o governador afinal, Jorge Viana ou Binho Marques? Porque “precisamos criar uma estrutura”? Jorge Viana não tem que criar coisa nenhuma a não ser, seus bois, ele não tem mandato, nem é secretário de coisa nenhuma. Desde quando, o PT e a Frente Popular chegam perto de pobres? Eles nem sabem o que seja isso, foi esse um dos erros deles nesta administração. Pra chegar perto da pobreza só se eles comprarem umas roupas daquelas dos astronautas.

Jorge Viana: Olha, eu defendo uma tese na política que é diferente do futebol, no qual time que ganha não se mexe. Na política eu entendo que time que ganha se mexe, sim, porque mexendo nos permite continuar ganhando.

Acreucho: Jorge Viana está defendendo esta tese, demagogicamente e no seu próprio interesse. Já prometeu a Tião Viana, seu irmão que ele será, o próximo governador. Como Binho está com grande popularidade, está dizendo que “time que está ganhando se mexe”, pra poder na hora do pega, quando Binho quiser se reeleger ele alegar isso.

Jorge Viana: Pois, é, em 2009 comemoramos 20 anos de criação da Frente, um movimento fantástico, e eu me sinto plenamente representado pelos que estão aí, mesmo estando sem mandato, porque trabalhamos com a idéia de um coletivo...

Acreucho: Sim, concordo com o Jorge, a Frente Popular trabalha com o coletivo. Com as empresas de transporte, com os empresários da construção, com agro pecuaristas, com os publicitários, com os especuladores imobiliários, com as construtoras de estradas, pontes e viadutos, são esses elementos que formam o “coletivo” a que se refere Jorge Viana, o coletivo da elite da sociedade acreana. Deveriam mudar o nome para Frente Elitista.

Jorge Viana: Nós fizemos mais de 120 vereadores em todo Estado e para se ter uma idéia do que significa isso, o PMDB fez 20, 20 e poucos vereadores. Ou seja, somos uma frente que se consolidou e é absolutamente vitoriosa e está crescendo, sendo merecedora do respeito do povo, do voto do nosso povo. E para continuar crescendo tem que mudar, tem que melhorar, e por isso que aqui em Rio Branco no novo mandato do Angelim é preciso que a prefeitura seja, de fato, uma nova prefeitura, um novo mandato.

Acreucho: Falando coletivamente, a Frente teve mesmo uma boa vitória, a não ser aqui em Rio Branco, onde foi uma “quase derrota”, foi por um fio. O “respeito e o voto do povo” estão muito divididos por aqui e com toda certeza, num próximo pleito para a prefeitura, a vitória pode ser da oposição. Sou obrigado a concordar que se a Frente não fizer mudanças profundas irá acabar. Principalmente se Edvaldo Magalhães resolver sair dela.

Jorge Viana: Além disso, precisamos refletir como está o trabalho no conjunto, área por área, e não só a divulgação da prefeitura, que tem sido tocada com freqüência, mas melhorar a presença dos nossos secretários mais juntos do cidadão, daquele excluído do excluído.

Acreucho: Taí uma coisa que nem Jorge Viana é capaz de fazer. Os secretários se misturarem com o povão, andarem na poeira e na lama, cheirar o esgoto à céu aberto nos bairros, abraçar as criancinhas sujas e com nariz ranhento nas invasões e palafitas, fazer os secretários descerem se seus pedestais e irem aos bairros conhecer o que é um “pobre”.

Jorge Viana: Nós criamos a Frente Popular para servir os excluídos e precisamos estar mais perto deles

Acreucho: Jorge deixe de demagogia. A Frente Popular foi criada para usurpar o poder e se apossar dele. Criar um regime de administração do terror e da ditadura, um controle do servidor e do cidadão como meio para manter o poder. Servir aos excluídos, só pode ser piada, a última vez que você viu um “excluído” foi lá em 1996, quando precisava deles para se eleger, agora vocês têm a elite.

Jorge Viana: Eu, no ano que vem, vou aproveitar boa parte do meu tempo para aproveitar essa minha experiência de ex-prefeito, de ex-governador, e colocar a serviço das nossas prefeituras da Frente Popular. Isso é uma coisa importante e pode ajudar. Sou capaz de juntar uma equipe de técnicos para gente ajudar esses prefeitos a fazer um trabalho bom, um trabalho honesto, feito com ética e voltado para todos

Acreucho: O que Jorge Viana pretende criar é o que Moisés Diniz chamou nestas eleições de “13º Exército”. Um pelotão de pessoas que certamente viajarão todos os municípios do Estado, por nossa conta, para implantar seu regime ditatorial no sentido de “converter” pessoas e políticos regionais. Jorge Viana, não fale em ética, porque seu partido não tem a mínima noção do que seja isso.

Jorge Viana: Porque o momento agora é de unir todos em prol da cidade: quem votou, quem não votou e ajudar a melhorar as nossas cidades, do nosso povo, principalmente dos mais humildes, dos excluídos, que são os que mais precisam que o nosso governo chegue até eles e essa deve ser a prioridade das nossas prefeituras a partir do próximo ano, governar para todos.

Acreucho: Os que votaram na Frente serão instruídos a “doutrinar” os que não votaram, para nas próximas eleições lhes conseguir o voto.

Jorge Viana: A fórmula é essa: mais trabalho, mais cuidado, mais dedicação ao povo e, obviamente, trabalhar para todo mundo.

Acreucho: A fórmula é essa, catequese, pressão, medo.

Jorge Viana: Com o apoio do presidente Lula, junto com as prefeituras de boa vontade, que queiram trabalhar junto honestamente, para a gente trabalhar junto em prol da população, porque o Acre perdeu muito tempo.

Acreucho: É bem típico da mente de Jorge Viana, achar que só os do PT são honestos, ele até acredita nisso. Concordo que o Acre perdeu muito tempo. Os necessitados e desvalidos acreanos perderam muito tempo, dando bola para as idéias desta Frente Popular e estão pagando caro por isso.

Jorge Viana: Eu, sinceramente quero parabenizar a Justiça Eleitoral pelo trabalho porque se houve algum excesso foi de zelo. Parabéns aos juízes, aos promotores, aos condutores. O que eu sinto falta é de clareza nas regras da eleição, mas isso é questão dos legisladores. Eu gosto de eleição, que é uma festa para quem ganha, um choro para quem perde, mas eu, que já perdi tantas, tenho que curtir a alegria da vitória, também, sem humilhar ninguém e, aliás, sendo humilde.

Acreucho: Ele diz que a eleição é uma festa para quem “ganha”. As eleições são a Festa da Democracia, mas como não sabe o que seja isso... Só se sente satisfeito se ganhar. Muitas vezes perder é preciso, quem perde, reavalia, faz novos planos e procura melhorar seu desempenho. Já quem ganha, deita-se sobre os louros da vitória e faz como a cigarra e fica só cantando vitória.

Alan Rick: A oposição perdeu, é fato, mas não está morta. O senhor acha que ela vai continuar sendo conduzida por dissidentes da Frente Popular?

Acreucho: Alan Rick que pergunta besta é essa? A Frente Popular é que está cheia de “cumpanheiros” que antes militavam na oposição e que graças a Deus agora estão fora, pois, não somavam nada, muito pelo contrário, nos diminuíam.

Jorge Viana: Olha, eu quero dizer que oposição tem problemas. Quem sou eu para dar palpite sobre o que eles vão fazer. Posso identificar os problemas e com absoluta isenção. Por exemplo, o deputado Petecão não elegeu o candidato a vereador que ele colocou debaixo do braço, o presidente da Câmara [Pedrinho Oliveira, primo de Sérgio Petecão]. Então, é preciso que o Petecão e o Bocalom tenham consciência de que esses votos que eles receberam não são exclusividade deles, são votos da oposição, porque toda e qualquer eleição que tiver aqui em Rio Branco, a oposição tem no mínimo 35% dos votos. Na eleição passada foi mais de 40% dos votos. Eu gosto de respeitar os opositores, que têm papel importante no jogo democrático, mas acho que eles erraram na dose, mas isso fica para eles avaliarem. Na verdade, eu prefiro tirar lições da nossa vitória. Eu acho que a população está mandando mensagens importantes para nós vencedores: olha, pessoal, tem que melhorar algumas coisas, tem que fazer mais. Eu só espero que os números da eleição não subam na cabeça de ninguém porque esse pessoal da oposição, é bom que se diga, ficou 40 mil votos atrás do Angelim. Essa é uma realidade inegável.

Acreucho: A frase mais coerente de todo este texto é: “Eu acho que a população está mandando mensagens importantes para nós vencedores: olha, pessoal, tem que melhorar algumas coisas, tem que fazer mais” e vou completá-la porque Jorge Viana não teve coragem de fazer, “senão na próxima nos tiramos vocês de lá”. Os números da eleição não podem subir à cabeça de ninguém, nem situação nem oposição, porque foram tão insignificantes que dão vergonha, principalmente à Frente Popular por toda a sua empáfia e arrogância. Jorge desce do salto homem, “esse pessoal da oposição” não ficou 40 mil votos atrás do Angelim, ficou mil e poucos votos, só isso.

 

6 comentários:

  1. O senhor disse tudo e concordo com tudinho. A Frente Popular do Acre não passa de uma farsa Democrática querendo esconder a verdadeira máscara que é a Ditadura. Espero que os acreanos fiquem mais espertos e não se deixem enganar por poucas palavras. Não existe regime melhor que a Democracia verdadeira, pois desde as Diretas Já não sabemos o que é liberdade. Não temos liberdade nem de votar livremente, somos indiretamente obrigados a votar. Devemos analisar o que realmente é válido para nós. Só espero que as próximas eleições nós brasileiros possamos votar em quem realmente olha pelo povo sem sermos obrigados a apoiar um ou outro. A escolha fazemos nós e nada de máquina administrativa. O Governo investe milhões de reais em propaganda eleitoral e eles são os primeiros a usarem dessa máquina administrativa. Brasileiros abram os olhos, pois não existe melhor do que votar com consciência.

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  2. A FPA perdeu merecidamente. Eu não nego que as últimas eleições eu apoiei a FPA mais esse erro não cometerei mais.

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  3. Katia, com você aconteceu o que é apenas o começo de uma depuração na política acreana, muito obrigado.

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  4. Querido Acreucho: Você esta sendo inconseqünte. Você esta vendo somente pelo lado, que você quer que as pessoas vejam. Insisto o que comentei em seu blog que Angelim obteve 50.8% e o restante dos candidatos 49.2%. Se o cenário político ai fosse somente Angelim e outro, não se pode garantir que o resulatdo seria o mesmo (%). Tubo bem, você pode até dizer que o outro ganharia (oposição). Não se irrite, comigo pois te lenho todos os dias.

    Obs. Tentando me lembrar de você! Você trabalhava com publicidade aqui no Quinari?

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  5. Simei, nós, eu e Jorge Viana estamos empatados, ele quer que o povo veja as coisas pelo lado dele e eu pelo meu, só que o meu é mais coerente e democrático

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