Ao participar nos últimos dias de exaustivas reuniões para adequar metas à realidade financeira do Estado, o governador do Acre, Binho Marques (PT), em pelo menos três ocasiões incorreu em ato falho ao comentar com seus assessores que quatro anos são insuficientes para realizar tudo o que tem planejado.
É fato que Binho Marques realiza hoje um governo melhor avaliado pelas pesquisas de opinião pública do que a gestão do antecessor Jorge Viana. E por isso está nas mãos dele a decisão de aceitar ou não ser candidato à reeleição.
A senadora Marina Silva já conversou várias vezes com o governador, a quem expôs argumentos tentando animá-lo a aceitar o desafio de concorrer ao segundo mandato. Foram conversas francas de dois velhos amigos. Marina deixou claro que não concorrerá ao Senado caso Binho recuse a sugestão dela de disputar o governo estadual pela segunda vez.
O principal argumento da senadora tem sido a avaliação positiva que a população faz da gestão Binho Marques. O governador fez muitas ponderações, mas prometeu pensar a respeito do desafio posto pela amiga.
Portanto, caso decida não disputar a reeleição, o governador deverá concorrerá ao Senado no lugar de Marina Silva. Ela está disposta a se envolver em outros projetos após mais de 20 anos como parlamentar.
E a disputa promete ficar bem interessante no âmbito da coligação Frente Popular do Acre da qual o PT faz parte.
Caso Binho seja candidato à reeleição, isso resultará em adiar o sonho do senador Tião Viana de ser governador do Acre, acalentado desde que se tornou pré-candidato ainda quando o irmão Jorge Viana exercia o segundo do mandato.
Com Binho Marques na disputa pela reeleição, o PT poderá se sentir mais confortável para reeleger Marina Silva e lançar Jorge Viana para que o mesmo possa devolver à coligação a cadeira que hoje pertence ao senador da oposição Geraldinho Mesquita (PMDB).
Caso o governador opte pelo menos provável - desistir da candidatura à reeleição para disputar uma cadeira no Senado no lugar de Marina Silva - ganhará força o coro dos contentes que querem a volta de Jorge Viana na disputa pelo governo estadual. Ou Tião Viana, embora este esteja enfrentando desgaste crescente em decorrência de uma longa exposição como pré-candidato.
Tendo Binho como candidato a senador, naturalmente o PT terá que abrir espaço para outro candidato a senador dentre os partidos da Frente Popular. Neste caso, o nome mais expressivo continua sendo o da deputada Perpétua Almeida (PC d B).
Bem, como Binho Marques já foi tratado publicamente por Jorge Viana como um "ex-não político", tem forte aceitação popular e pode neutralizar como candidato a fúria da oposição contra o vianismo, os leitores deste blog podem considerá-lo como já tendo nas mãos as rédeas da sucessão no Acre.
Todo governador age assim.
Do Blog: Esta descrição do Altino para o panorama político em 2010 é correta. Binho Marques tem cacife para se reeleger governador, só não tem para ser “ele” quem decide isso. Todos nós sabemos que não dependerá dele. Ele é um soldado do partido. Fará o que for determinado pela direção, têm sido assim há anos. Jorge Viana praticamente já está no Senado, Marina só não vai novamente, se não quiser e Tião Viana tem fixação em ser Governador. Jorge Viana já prometeu isso ao irmão e terá que cumprir. É um assunto difícil de ser resolvido, acredito que o autoritarismo disfarçado de democracia vai falar mais alto. E os aliados? Só se falou em Perpétua Almeida até agora. O que será de Edvaldo Magalhães? Vai continuar sendo um mero deputado estadual ou sair pra “vice”? Vice é o mesmo que “ex”. Com o PT é assim. Enquanto os do PT sobem, os outros servem de escada e ficam estagnados a espera das migalhas. Dá-lhe Binho!
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